Monique Evans casou em cerimônia evangélica celebrada por pastor gay
Monique Evans, 67 anos, e Cacá Werneck, 37, se casaram ontem em uma cerimônia celebrada pelo pastor gay Marcos Gladstone, da Igreja Contemporânea Cristã, do Rio de Janeiro. Ele celebrou o amor das duas ao lado de seu marido, Fábio Inácio.
As noivas se aproximaram da igreja em 2017, depois de se sentirem "massacradas" - sentimento definido por Cacá - em uma outra comunidade evangélica.
"Deus não é 'se você é gay, se você é lésbica, bi, tetra'. Não importa a letra que você é, o que importa é o sentimento que você tem, o amor. Eu sempre coloco o amor na frente de tudo. O que me fez enfrentar todo esse preconceito, enfrentar mensagens pesadas é o amor, o amor das pessoas que acreditam na gente", falou Cacá Werneck pouco antes de subir ao altar.
O pastor celebrante do casamento de Monique e Cacá também teve um histórico de frequentar locais evangélicos bastante conservadores. Foi aí que, há 17 anos, fundou uma igreja inclusiva.
"A igreja não me dava as respostas devidas para a minha orientação afetiva sexual. Quando falei para o meu pastor 'sou gay', ele me disse para arranjar uma namorada e casar, porque isso era apenas um momento. Já estava quase me casando, estava há cinco anos noivo e estava vendo que nunca ia deixar de ser quem eu era", relembra ele em uma entrevista recente ao Terra.
Fábio Inácio, marido de Marcos, já foi pastor da Igreja Universal do Reuno de Deus, mas deixou a igreja quando assumiu publicamente ser um homem gay. Juntos, eles fundaram a Igreja Contemporânea.
"São muitos ataques todos os dias, não tem um dia que não tenha comentários terríveis no meu Instagram. Já jogaram uma bomba na Igreja de Madureira, porque era do lado de uma igreja bem grande da Assembleia de Deus, então passavam evangélicos bem conservadores por lá", falou Marcos, também em entrevista ao Terra.
Cacá Werneck comemora o sentimento de ser acolhida pelo pastor em seu casamento:
Onde existe o amor, existe a esperança. Pode demorar um pouco para as coisas acontecerem. Não sofremos mais [o massacre da igreja], pois já nos acostumamos, mas ainda existe esse preconceito. Por isso que eu falo que Deus é amor.
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