Lucas Pasin

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Gagliasso e Ewbank falam de prisão de portuguesa: 'Seguimos vigilantes'

Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank se pronunciaram sobre a prisão da portuguesa Adélia Barros. Ela foi condenada por injúria após proferir ofensas racistas contra os filhos do casal, em julho de 2022.

Em comunicado, o casal lembrou uma outra vitória que tiveram, em agosto, contra uma socialite brasileira que havia feito comentários racistas contra a filha mais velha deles. "Há quase três meses a gente celebrava uma vitória contra o racismo no Brasil. E, hoje, direto de Salvador, neste mês que nos pede consciência para que lembremos da herança escravocrata que herdamos, a gente volta para propagar mais uma vitória contra o racismo, desta vez em Portugal."

Assim como já dissemos, mas precisamos repetir: sabemos que essa vitória acontece por termos visibilidade e por sermos brancos. Sabemos que somos mais ouvidos que quaisquer mãe ou pai negros que ainda são silenciados. Sabemos. E não podemos parar —principalmente se o nosso privilégio fizer diferença numa luta. É esse o nosso papel, é esse o papel da branquitude.

Comunicado recordou ainda o episódio que gerou a condenação contra a portuguesa. Na ocasião, em julho de 2022, a família estava de férias da Costa da Caparica, quando foi atacada pela mulher. "Sim, o racismo não dá férias, mas hoje parece dar uma trégua com mais uma condenação histórica. Esta é a primeira vez que a lei portuguesa condena uma pessoa em consequência do racismo."

A mulher que agrediu nossos filhos — que são crianças— foi condenada a oito meses de prisão. Logo, estamos muito confiantes na Justiça portuguesa e somos também gratos aos nossos advogados portugueses, Rui Patrício e Catarina Mourão, que sempre nos fizeram acreditar que a justiça seria feita.

Bruno e Giovanna falam ainda sobre a emoção e a importância de seguir vigilante. "Mais uma vez estamos emocionados, mais uma vez agradecemos a comoção pública e a imprensa brasileira e de nossos amigos portugueses. E mais uma vez devemos dizer que precisamos seguir vigilantes pois o racismo SEGUE, segue diminuindo, ferindo, matando. E não podemos esmorecer diante dele."

O que aconteceu

Adélia Barros foi condenada a oito meses de prisão e cumprirá a pena em liberdade. Segundo o jornal português Público, foi aplicada ao caso uma "pena suspensa", condição prevista na lei portuguesa que permite que a pessoa cumpra a pena em liberdade desde que não volte a cometer o crime por um determinado período —neste caso, quatro anos.

A mulher também deverá pagar uma indenização de 14 mil euros à família. O valor equivale a R$ 85 mil na cotação de hoje. No processo, Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso exigiam uma indenização de 35 mil euros (ou R$ 213 mil). Além disso, a portuguesa foi condenada a pagar 2.500 euros (R$ 15.200) à associação SOS Racismo.

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O juiz determinou que ela seja internada para tratar o alcoolismo. Sua defesa afirmou que as ofensas proferidas contra as crianças foram motivadas pelo consumo de bebida alcoólica. "Espero que perceba que estas situações não são aceitáveis e que as expressões são marcantes", afirmou o juiz segundo o Público.

Adélia foi acusada de injúria e difamação. Ela foi absolvida do crime de difamação porque as ofensas foram proferidas diretamente —o que, segundo a lei portuguesa, caracteriza injúria.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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