Pretendente de Any Borges confunde bissexual com trisal: não seja esse cara

Marcia Fernandes você conhece. Sensitiva sincerona, ela é craque em analisar o perfil qualquer um pelo mapa astral. Quando gravávamos juntas o "Para de Ser Doida", em Universa Uol, Márcia olhava para mim com aquele olhar de canto por trás do óculos, sabe? Parecia que estava me desprezando, mas ela estava é desprezando as bad vibes que eu por ventura estivesse carregando. E já soltava umas três coisas sobre meu signo, meu ascendente, minha energia. Invariavelmente, eu saía do estúdio com um galhinho de arruda, algum cristalzinho ou uns conselhos sabidos. Saudades.

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Quem está recebendo esses conselhos perfeitos é a influencer Any Borges, que participa do reality Romance nas Estrelas, aqui no UOL. Lá, pretendentes tentam conquistá-la enquanto Marcia Fernandes assiste a conversa e analisa o mapa do convidado. Tem que ser corajoso para passar por essa berlinda.

Pois um rapaz foi até bem no mapa astral. Any ficou empolgada. Porém, na conversa... primeiro ele comparou a garota a uma Ferrari. A metáfora pode parecer elogiosa para homens que gostam mais de carros do que de mulheres, mas nós não piramos muito com esse "elogio" não, viu. Eu seria chamada do quê? "Você é meu Monza 1982". Hmmmm, melhor não.

Na dúvida do que dizer? Não compare mulher nenhuma a objetos inanimados.

Any também não gostou e já começava a se fechar para o rapaz quando resolveu perguntar se ele aceitava bem o fato dela ser bissexual. Sem nem entender a pergunta e na pressa de tentar parecer moderninho, ele disse que sim, se a mulher pudesse agregar à relação dos dois. Ela afirmou que não tinha interesse em ménage nenhum, que ficava com homens e mulheres, mas um de cada vez. Constrangimento.

É comum as mulheres bi serem confundidas com tudo quanto é aventura sexual. Enquanto alguns homens hétero acham repulsivo que pessoas do sexo masculino tenham interesse por moços, acham extremamente sensual que mulheres fiquem com mulheres. Se eles puderem ficar olhando, claro. Ou tocar. Ou entrar na dança de alguma forma — de preferência como protagonistas.

A afirmação acabou com a paciência de Any, que até já tinha durado bastante. A objetificação da mulher bi é irritante mesmo. Não tem problema nenhum não saber. Tem internet aí para tirar as dúvidas — com fontes segura, claro! E quando a pergunta é feita com educação, é improvável que a pessoa LGBTQIA+ se recuse a responder. Se quiser se recusar, também, está em seu direito. Ninguém é obrigado a ser wikipedia de ninguém. Mas o problema é querer parecer moderno e deixar preconceitos se perpetuarem.

Marcia Fernandes assistiu tudo pelo vídeo repetindo: "ih, é machão". O adjetivo já foi elogio em outras décadas. Mas hoje, é bom informar os desavisados, a gente quer passar longe de homens desse tipo.

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