Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Luísa Sonza e Manu Gavassi nunca foram tão sozinhas assim. E você?
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Luísa Sonza, séria, maquiada olha para a câmera. A legenda da foto diz que ela nunca foi tão sozinha assim. O verso é de Manu Gavassi, que sabe bem do que ela está falando.
Manu Gavassi, séria, maquiada, olha para a câmera. A legenda da foto diz que ela é bem melhor sozinha. Mas depois desmente. Manu não concorda com a letra de Luísa.
O troca-troca de poesia da tarde de terça (31) reflete um pouco a situação de todo mundo. Depois de um ano e meio de intensa solidão — pra quem teve juízo e respeitou a pandemia, claro — as pessoas retomam a vida normal aos poucos. Mas quando estão em grupos pequenos, tentando se agarrar ao pouquinho de vida normal que restou de antes, tudo parece fora do lugar ainda.
Parece um esforço se adequar à vida antiga, afinal foi tudo que almejamos por todo esse tempo. Mas mesmo nesse contexto, a solidão está lá.
Vai deixar de estar? Não dá para saber ainda.
Duas músicas e o sentimento que liga todo mundo
Manu lançou "Eu Nunca Fui Tão Sozinha Assim" depois de nove meses de recesso das redes sociais, sem acesso nem às suas senhas. Ela havia começado a quarentena em uma casa televisionada e já tinha impressionado com "Deve ser horrível dormir sem mim", há um ano. A segunda metade da pandemia da atriz e cantora foi o detox do momento, em nome da saúde mental.
Luísa fez o movimento contrário. Um divórcio muito comentado pela mídia e pelos fãs, logo no início da quarentena, um namorado novo com direito a pegação em megaproduções de videoclipes. E agora mais uma separação. Entre tantos fatos, muita crítica. Seu disco chama Doce 22, em referência à sua idade. O ano, entretanto, não foi tão doce.
Ela garante que está melhor sozinha — a gente acredita. Quanto menos a vida for escarafunchada por quem não se importa ou nos quer mal, melhor. Manu também não tem muita certeza se gostam dela. Os sorrisos que não vemos atrás das máscaras a confundem. Ela não quer mais se sentir tão sozinha assim.
Luísa canta na segunda pessoa — está falando com alguém a quem ama. Ela acha que é melhor sozinha, mas guarda ali um cantinho, sabe? Todo som é para ela e ela quer mais um.
Manu reclama da solidão que bateu na pandemia. Ela nem conhece mais a quem ama. Tem medo de sair lá fora — quando vai voltar a ser normal existir? Mas tenta não enlouquecer. Segundo ela, essa é a regra. Todo mundo está tentando.
As duas seguem sozinhas, mas por um breve momento na internet cria-se uma unidade. A olho nu, nem parece solidão. Afinal, estamos com elas numa improvável contradição: somos sozinhos que andam juntos.
Mas só a gente é que sabe. Você pode discordar de mim no Instagram.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.