Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Empatia pela filha de Leifert prova que ainda há humanidade em nós
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Tem uma coisa que não é muito bonita de se confessar na minha profissão: às vezes eu fujo das notícias. Mas não tem jeito — nem precisa ter uma guerra e uma pandemia correndo simultaneamente — às vezes a gente não aguenta a dureza dos fatos reais.
É o que aconteceu quando uma guerra foi anunciada em outro continente há uma semana. Tentei fugir das manchetes de portal, evitei olhar com muita atenção as imagens de bombardeio, sofri ao esbarrar na foto de um homem ensanguentado descendo as escadas de seu prédio destruído, fiquei estupefata olhando a cena de um tanque de guerra triturando um carro com uma pessoa dentro. Notícia triste, quando vem em avalanche assim, acaba deixando a gente meio cascudo.
Mas entre esses pensamentos e a ameaça constante de estarmos às vésperas de uma guerra mundial — dessa vez mais destruidora que as duas primeiras —, tem a esperança. E é bonito ver que há situações, por mais difíceis que sejam, que mobilizam muita gente que quer o bem do outro.
O carinho pela filha de Tiago Leifert uniu todo mundo
É assim que vejo a tristíssima situação que vivem Tiago Leifert e Diana Garbin. Eles anunciaram o retinoblastoma de sua filha Lua, uma doença grave de tratamento complicado. Ambos têm acompanhado a menina em quimioterapias frequentes. São uma dor e expectativa inimagináveis. A empatia com o casal, nesse caso, fecha a garganta de quem tem filho e de quem não tem. Doenças são tristes na velhice, são revoltantes quando poderiam ser evitadas, como nessa pandemia eterna, mas são incompreensíveis quando acometem crianças. Tiago agradece a compreensão dos jornalistas sobre o tema - e haveríamos de fazer diferente?
O carinho por Lua, uma menina que nasceu na pandemia e que mal conhecemos, uniu todo mundo em tempos que o ódio segrega o mundo.
Imediatamente Tiago e Diana receberam o apoio de pessoas famosas e a torcida dos fãs - e também dos não-fãs. A torcida pela recuperação o mais breve possível dessa criança é quase inerente a quem tem um pouco humanidade. E, feliz eu constato, muita gente ainda tem humanidade. Lua vai ficar bem.
Crianças fazem a gente trocar o desespero ao ler as notícias por uma dose gigantesca de esperança. Há crianças na Rússia e na Ucrânia. Há crianças nas favelas brasileiras. Há crianças por todo lado que, como Lua, merecem que a gente acredite que vai dar tudo certo e que o mundo ainda pode ser um lugar bacana. Para Tiago Leifert dar uma volta no shopping com ela, para meu marido poder levar meu filho ao estádio, para que todos os outros pais acordem um dia com a certeza de que esse é um lugar seguro para criarmos esses filhos direito.
E após ler (ou tentar em vão fugir de) tantas notícias desastrosas em um ano que mal começou como 2022, é particularmente importante lembrar que ainda somos humanos, capazes de nos chocar com notícias tristes e nos unirmos em uma torcida de esperança como essa em que estamos por Lua.
Às vezes eu acredito que o bem é maior que o mal. E quando mais gente acredita comigo, fica mais fácil. Mesmo enquanto a gente olha pela janela e só vê o caos. Você pode discordar de mim no Instagram.
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