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Luciana Bugni

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Maria é que está certa de sair dos grupos de Whatsapp sem dar satisfação

BBB 22: Maria fora do programa não quer saber de grupo de Whatsapp, não - Reprodução/Twitter
BBB 22: Maria fora do programa não quer saber de grupo de Whatsapp, não Imagem: Reprodução/Twitter

Colunista do UOL

09/04/2022 04h00

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Email inválido

A vida em 2022 é assim: acordou, já tem sete novas notificações, pelo menos. Quem trabalha com o Whatsapp deixa o danado logado no computador o dia inteiro para escutar o apito e responder mais rápido. E como apita. Aí é aquela confusão — mãe perguntando se você melhorou da dor de cabeça com chefe pedindo uma atualização no PPT e que saia justa seria responder apenas um dos dois.

Tenho amigos que desistiram de usar o aparelho celular para a vida social desde que seu uso foi normalizado para o trabalho. Ou seja, se liberaram 100% de responder mensagens de amigos e até de lê-las. Com isso, deixam de ficar sabendo dos eventos sociais. E tudo bem, também. Festa para quem vive atolado no trabalho 24 horas via Whatsapp parece até mais um job. E quanto menos job, melhor.

Essa semana a ex-BBB Eslovênia falou em tom de segredo em rede nacional que Maria havia saído do grupo de ex-colegas de confinamento sem dar maiores satisfações. Parecia um crime horrendo pelo jeito que ela contou a história para Ana Clara.

Sair de grupo é algo como fechar a janela na cara da fofoca de bairro. Como sair da mesa no meio do almoço de família quando começa o papo de política. Como levantar, pegar a bolsa e bater o cartão quando alguém no trabalho te passa uma demanda nova e urgente. É o sonho de muita gente? É. Mas talvez não seja de bom tom.

Eslovênia ficou chateada com a atitude de Maria. Quis tornar a história pública e tomou uma invertida pública também, já que a gente sabe que Maria não é de muita cerimônia. Por que ela saiu do grupo? Porque ela não curte grupo, Whatsapp e sabe-se lá o que mais. Não dá para julgar.

Que a gente tenha mais coragem de largar mão daquilo que irrita, incomoda, absorve demais. Que seja possível abandonar o que nos violenta para que a gente possa ser mais gentil com o que vale a pena. Às vezes esse "aguentar tudo" para mostrar competência e educação não vale tanto a pena assim. Ouvi dizer que o capitalismo penaliza quem se sobrecarrega demais em vez de premiar.

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