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Eleito, Thiago Gagliasso ainda tem raiva do irmão. Que tal superar?
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Thiago Gagliasso foi eleito deputado estadual pelo PL no Rio, na eleição de domingo (2). O rapaz é irmão de Bruno Gagliasso, participou do reality show A Fazenda, em 2011, e ficou ainda mais famoso por brigar com o irmão por conta de política. Bruno é um crítico do presidente Jair Bolsonaro, a quem o caçula defende com muito empenho. O desentendimento o levou a se candidatar para a eleição e conquistar um número bom de votos: mais de 100 mil pessoas o tornaram deputado.
Na noite da eleição, Thiago comemorou em seu condomínio, no Rio de Janeiro. O colunista Lucas Pasin contou que a festa foi animada... os gritos e música alta foram até às 3h da manhã de segunda. Curioso é que mesmo num dia de vitória como esse, em que o deputado foi o sétimo mais votado do estado, ele resolveu lembrar justamente de seu desafeto: o ator Bruno Gagliasso.
É comum que grandes brigas virem mágoas gigantes que perseguem a pessoa por muito tempo. Mas esse tipo de sentimento requer cuidado, ou a gente pode acabar perdendo partes boas da nossa vida passando raivas que às vezes nem fazem mais sentido. Por exemplo: Thiago atribui a própria eleição ao irmão, dizendo que é os votos foram de protesto contra o marido de Giovanna Ewbank. As manobras que a baixa autoestima faz são surpreendentes.
Imagina só você ganhar uma eleição e dizer que milhares de pessoas votaram em você só porque odeiam seu irmão? Talvez fosse a hora de superar.
E esse sentimento não é exclusivo do Gagliasso mais novo, não. Tem gente que é movida pela raiva que sente pelo ex. Tem gente que passa a vida tentando ter sucesso para espezinhar um ex-chefe a quem odeia. O ódio pode até ser um motor interessante, que faz realizar coisas legais só de birra. Mas imagina querer tanto irritar o outro (ou provar seu ponto, que seja) e acabar fazendo algo que nem queria tanto assim?
Seria um perigo se isso acontecesse com um deputado eleito que vai ter seu salário pago por nós, que não temos nada a ver com a briga, por pelo menos quatro anos. Uma birra um pouco cara, que sairia do meu bolso — e do seu também.
Beth Carvalho diz "chora"
Thiago passou a madrugada da festa dizendo impropérios para o irmão, que nem estava lá. Cantou a música "Vou festejar" no repeat (entre os versos desse hino da mágoa e vingança está o clássico "vais me pagar, pode chorar, pode chorar"). Disse que Bruno deveria passar em seu gabinete e ver seus projetos para a classe artística. Talvez fosse mais saudável falar apenas dos projetos. Quais são, aliás?
Política é assim mesmo: tem umas particularidades complicadas de entender. Brigas de irmãos têm outras que só cabem à família. Mas quando se conquista um cargo público, é esperado que se foque no legado que ficará para os eleitores. Fazer um bom trabalho pode ser muito mais realizador do que cantar sobre o castigo de quem brigou sem ter porquê. Fazer terapia também faz um bem danado.
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