Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
De air fryer a empinar pipa: ideias para sair da mesmice no motel
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Você, leitor, me conta uma coisa: o que você já fez em um motel? Não venha com malabarismos sexuais, nem quantidade de cópulas recorde, nem o número de gente que entrou no porta-malas do carro. Eu quero saber o que você fez no motel que não seja sexo. Todo mundo transa quando entra naqueles quartos cheirando a desinfetante de rosas. Não dá para ser um pouquinho mais criativo?
Nessa terça (11), um cara viralizou na internet com uma dessas ideias ousadas de verdade. Ou você já tinha pensado em levar uma air fryer para dar aquele carinho pós coito na consagrada? Ele postou no Instagram: "comprei essa air fryer recentemente e digamos que, numa situação hipotética, eu a leve para o motel para fazer umas sobrecoxas na mostarda: isso seria legal da minha parte?"
Frango não é meu petisco favorito, infelizmente. A quantidade de gordura do prato pode bloquear um pouco do sex appeal do casal. Mas vai que a tara deles é essa? Escolhendo o cardápio adequadamente, de acordo com o paladar da moça ou do moço que vai acompanhá-lo no rolê... as chances de ser um sucesso são altíssimas. Afinal, não é porque você pagou o período ali de quatro horas que precisa também pagar por um strogonoff insonso para forrar o estômago.
Sexo é prioritário quando duas pessoas estão no motel? Parece que sim, ou rola aquela sensação de dinheiro desperdiçado. Porém, tem tanta coisa legal que dá para fazer a dois... Uma banheira para fingir que está no spa e relaxar, quatro horas de um pole dance livre para treinar (a mensalidade para fazer pole em academia custa caro e é só uma horinha por semana), com sorte e alguma grana dá para pegar a suíte com piscina e fazer o tão sonhado top less abrindo o teto solar. Difícil pensar num rolê melhor que esse.
Mas dá fome, claro que dá. Aí entra a air fryer e resolve qualquer pormenor. Umas coxinhas congeladas, um pão de queijo e pronto.
Mais ousado que sexo
Essa história de lazer no motel me lembrou uma matéria que uma amiga jornalista fez nas casas do ramo na região do ABC. Visitou vários deles acompanhada de um fotógrafo e do motorista do jornal, que os levou até lá e não ia perder essa parte da farra. Ela conta que o motorista entrou nas suítes mais luxuosas encantado. "Dá para chamar todo mundo! Monta a churrasqueira ali no canto, pede mais cadeira para a turma do pagode...", ele dizia. Isso até abrir o teto. Aí, o rapaz não aguentou: "Imagina isso aqui, as crianças tudo empinando pipa?"
É de se imaginar mesmo.
Pensando fora da camisinha, digo, caixinha, um outro amigo se deu mal. A história foi repetida à exaustão na mesa do bar, para deleite dos mesmos ouvintes: certa vez, se animou num pernoite e resolveu pedir o uísque. Dose vai, dose vem, achou por bem dar um mergulho na piscina. Mas a bebida falou mais alto e ele quis mais — escalou a cascata para dar o mergulho heroico que impressionaria a parceira. Depois de escorregar na pedra, saiu da suíte numa caroninha do Samu. Teria sido mais seguro ficar no papai e mamãe.
Eu voto na air fryer no motel. Pode levar o crochê, o baralho, pode fazer timelapse de pole dance, o que quiser. Uns roqueiros uma vez me contaram que a gente não quer só comer, a gente quer comer, quer fazer amor — e comer um franguinho também, tomando um negocinho, discutindo amenidades. Por que também sem um carinho ninguém segura esse rojão, já dizia o poeta.
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