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Polêmica de Porchat-Gkay é o post que devia ter sido mensagem de WhatsApp
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Aqui dessa semana-limbo, que não é mais 2022 mas ainda não é 2023, falta um pouco de assunto. Quem está na praia esperando o Sol sair e o verão do país tropical voltar a ser verão, não sabe direito o que fazer. Quem está trabalhando, então, não tem mais como achar motivo para procrastinar. Fabio Porchat tomou para si a função de bode expiatório da vez.
Ele fez uma piada no palco do programa de Luciano Huck citando a entrevista que Gkay deu para Tatá Werneck no programa Lady Night, em novembro. As palavras dele:
"Eu olho o Jô e fico pensando: 'O que ele faria com a Gkay, né, Tatá [Werneck]? Na frente dele? Foi por isso que ele preferiu nos deixar às vezes..."
Não dá para dizer que é uma piada muito engraçada, mas tem um quê de anedota profissional. Fabio adorava Jô Soares — foi no programa dele que fez a primeira aparição pública, ainda na adolescência. Gkay deu uma entrevista meio desastrosa mesmo no Lady Night. Não pegou o timing do humor, foi indelicada ao não se retirar do estúdio na hora certa e criou um climão com isso. Tatá fez piada sobre o assunto durante o programa e depois.
Piada interna do escritório
Entender o diálogo entre Tatá e Fabio, que são dois apresentadores de talk show pautados pelo humor, é fácil. Um colega se compadeceu do outro, que entrevistou uma pessoa difícil. O profissional (Tatá) fica ali, tentando afinar o diálogo, mas não acha muito bem por onde, vê a plateia perder o interesse, fica agoniado. Tudo ao vivo. Um perrengue.
Mas falar disso em público não deu muito certo. Gkay ficou ofendida, foi a público falar sobre como se sentiu, dividiu as opiniões. Fabio ainda tentou esclarecer, dizendo que não deve desculpas, que se ela se ofendeu com a piada dele estaria com outras questões. Eita. É do humor zoar o outro. Zoeira pode magoar? Controverso.
Fabio defende o direito de fazer uma piada — Gkay também surgiu do humor e sabe bem como funciona. Mas talvez não precisasse fazer essa piada em público. Uma mensagem no WhatsApp para Tatá se solidarizando com a situação da colega no episódio já valeria. Era uma piada de nicho. Em uma mesa de bar em que ambos, Jimmy Fallon e Jô Soares comentassem as dificuldades da profissão de host de talk show, talvez rissem muito da participação de Gkay no Lady Night. Como você ri, no happy hour da firma, daquele cara do almoxarifado que atravanca seus processos. Normal.
Tatá brincou com isso outras vezes. Não estabeleceu um discurso empático com Gkay em nenhum momento, desde o constrangimento. Nem precisaria. Mas talvez a própria Gkay — uma humorista que chama atenção com seus looks, que criou uma empreendimento sem precedentes no mercado de marketing de influência, a Farofa, e ainda estrelou um filme na Netflix —- sinta vergonha de ter feito um humor que não agradou no programa de Tatá.
Sabe aquele seu vexame profissional? Aquele que te deixa envergonhado só de pensar? Imagina o Fabio Porchat fazendo piada sobre isso num programa em pleno dia de Natal? Chato mesmo. Mas é do jogo, quando o jogo é justamente fazer piada.
A piada interna de escritório veio à tona justamente no momento em que ninguém tem muito o que fazer no escritório. A receita para a fofoca render mais do que deveria.
Nada disso precisava ser público. Nem uma linha dessa discussão engrandece os envolvidos de nenhuma forma. Mas vale a reflexão sobre se levar a sério demais. Não dá para negar que Porchat tem razão quando afirma que é ok um humorista fazer piada com o outro. Aí é levar na brincadeira, admitir os fracassos e fazer do limão, uma limonada. A gente nem sempre consegue, estou com a Gkay nisso. Mas não tem muita opção que não seja pelo menos tentar.
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