Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
"Passa localização", "do lado do guarda-sol": como está o Whatsapp na folia
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"Planilha", me disse um amigo no Whatsapp. Tomei um susto. Trabalhava a mesma empresa que ele há oito meses, será que não deixei de entregar algo no Excel? Ele explicou depois que queria uma planilha dos blocos que eu iria a partir desse sábado (18). Me prontifiquei a passar mas estou ainda atrasada com essa demanda. Organizar o caos é fundamental para que ele não passe para o estágio seguinte que é o "caos insustentável".
A partir de hoje, os grupos de Whatsapp começam bombar com perguntas em código: "Está no Saia?", vão perguntar umas 8 vezes. Eu vou mandar a localização móvel, a bateria vai zerar, vou pedir para carregar num posto de gasolina. "Aonde a gente vai depois daqui?". "Comer pelo amor de Deus". E aí 800 mil pessoas tem a mesma ideia de almoçar no mesmo boteco de esquina no Largo de Santa Cecília.
"Perdi Fulano", vai dizer alguém enquanto estou pendurada no caixa de uma lanchonete com o celular grudado na tomada. Vou dizer que o vi há umas três horas, abraçado em uma garrafa de Catuaba, indo em direção a Pinheiros. "Putz", vai ser a resposta.
"Onde vocês estão", vai perguntar a galera que foi lá para o meio do bloco e perdeu o ponto de encontro da turma quando ainda era dia. A resposta é que a gente foi parar em uma pizzaria do Butantã. Que tem mussarela e palmito com cebola. Que a cerveja é de garrafa por R$ 16. Pronto. Está todo mundo junto de novo.
Alguém vai se perder para ir no banheiro químico. Dois que não deviam vão se beijar numa esquina da Lapa. A namorada de um deles vai ver a cena, em plena luz do dia, e vai rir. "Que bagunça é essa aqui?". Casais vão brigar porque um dos dois perdeu o cartão (de novo). "O nome do seu marido é tal?", vai vir uma mensagem no Whatsapp às 23h47. "Achei o cartão dele em uma sarjeta aqui na pracinha da Pompeia". É raro, mas acontece muito.
Vai para o Ó? Tô na Augusta. O desafio de fazer todo mundo se ver na maior cidade da América Latina. Seminus. Na chuva. A bateria vai acabar de novo. Fulano foi roubado. Fulana tomou o golpe da maquininha. Fulana voltou com a ex no meio do bloco e sumiu. "Perdi o glitter que comprei nos Estados Unidos". "Ficou na pochete da Fulana". Ufa, amanhã a gente se encontra na rua Aurélia.
Compartilhei localização por 8 horas com todo mundo que eu conheço. Poxa, mais confiança que isso, só transar sem camisinha.
É raro, mas acontece muito.
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