Luciana Bugni

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Opinião

Mariana Rios e namorado que é ex de amiga: quem nunca esteve na situação?

Há quem diga nunca, há quem diga "quem nunca?". O fato é que muita gente já esteve envolvida em um tipo de triângulo amoroso com ex de algum amigo. Nesse caso, o triângulo seria escaleno (aquele em que nem lados, nem ângulos são iguais): o ex não tem direito de nada sobre a pessoa com quem terminou, mas vai dizer isso para quem está possuído pela possessividade?

Que régua mede até quando alguém pode se sentir magoada? E o que a terceira pessoa, que entrou quando tudo já havia acabado, pode fazer para evitar o imbróglio?

Mariana Rios se viu no meio dessa polêmica que acirra discussões: seu atual namorado, Juca Diniz, foi parceiro há alguns meses de uma amiga de Mariana, Isabella Settani, que deixou de seguir a atriz após a oficialização do relacionamento.

Claro que a história tem mil nuances. Quanto foi profundo esse relacionamento, quem terminou com quem, o quanto cada uma das partes sofreu. E quanto elas são amigas — não dá para dizer que duas pessoas são BBFs porque curtem os posts uma da outra, dá?

A questão é que pode se falar em ética, em talaricagem, e até tentar evitar o sentimento... na hora que a química se junta com uma repentina vontade de falar por horas e horas (tentei evitar, mas às vezes não se controla a Legião Urbana que se tem dentro de si), não há o que contenha.

Ainda bem, em alguns casos — o que não falta por aí são casamentos de décadas construídos logo após um amigo terminar um namorico. Não dá para julgar a Mariana Rios se você faria exatamente a mesma coisa. Vai saber.

O enrosco me lembra o filme "Amor a Três", que está na Netflix, em que a protagonista, após um divórcio tumultuado, decide passar um tempo sóbria sem pegar ninguém. Um tempinho depois, ela se vê tomando drinques com dois melhores amigos, ora com um, ora com outro.

E cada uma das idas ao bar termina na cama deles. É. A gente não controla o desejo, mas tem hora que o melhor é enfiar a viola no saco e dar aquela fugidinha. Há histórias que são receita certa para ferir alguém (ou vários "alguéns"). E isso ninguém deveria querer. Como disse uma seguidora no Instagram: "tem tanta gente no mundo, pra quê?".

A atitude tem um quê de adolescência nos anos 1990, quando a renda concentrada de fato se concentrava na praça de alimentação do mesmo shopping e, ali, todo mundo era ex de alguém. Menos estranho pegar o ex da amiga nesse tempo em que comprar uma casquinha do McDonald's era o ponto alto da semana.

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Agora, na vida adulta, pode ser que muita gente ache menos natural que a melhor amiga vire madrasta dos filhos de um dia para o outro. Mas pensando bem, antes ela do que alguém que os destrate, não?

Esquisito sempre vai ser. Ver o ex não é algo que todo mundo topa logo de cara quando termina um relacionamento. Então, o término com a pessoa outrora amada culmina no término com a amiga ou amigo junto. E dói.

Mas julgar de fora da situação parece um pouco impensado. Ali, na hora que o braço arrepia, que o papo engata, que a pupila dilata e algo acende, toda essa racionalização pode, sim, ir para o espaço. Mais digno seria fazer o que um amigo fez: chamar o parça para uma conversa, abrir o jogo e receber o aval. Deu certo para ele.

Em uma certa praça de alimentação de shopping, vivi situação parecida há mais de 20 anos. A conversa foi difícil e, se minha amiga se incomodou, não demostrou muito, mas deu aquela afastada. A mim, rendeu um namoro com o ex dela que prosperou por um tempo, depois acabou.

Voltamos a ser muito amigas pouco depois disso e tomamos um café na praça de alimentação de um shopping na última terça — quando tudo está claro, amizades não acabam. Que bom para nós duas.

Você pode discordar de mim no Instagram.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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