Luciana Bugni

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Opinião

O livramento de Marquezine é esperança aos nossos corações partidos

Bruna Marquezine está dando gargalhadas descontroladas em frente à Blogueirinha, em uma entrevista na internet. A moça pediu à atriz que revelasse um livramento que já teve e ela riu gostoso — sem revelar o nome do ex-namorado, Neymar, mas dando a entender.

No dicionário, livramento é ação de livrar, soltar ou libertar o que estava preso, retido; resgate, libertação. Uma expressão de consolo quando alguém anda chateado com alguma perda, por exemplo. Foi demitido de um emprego que te deixava trabalhando 15 horas por dia e mesmo assim está chateado? "Talvez isso aí seja um livramento, hein? Vai vir um emprego melhor logo logo", eu quase escuto a voz da minha avó falando.

No universo amoroso, é ainda mais comum a percepção tardia de que aquela dor de cotovelo era, na verdade, um livramento. Submissão, dependência emocional... as rupturas arrasam muita gente. Mas aí vem o tempo, esse compositor de destinos, como cantou Caetano. E a dor se dissipa, dando lugar a uma clareira em que é impossível não ver de forma nítida que, após essa travessia complicada, a gente fica muito melhor.

As piadas sobre o livramento de Bruna começaram quando ela posou fazendo o L de Lula nas eleições de 2022. Neymar decidiu logo em seguida fazer um live com o outro candidato, o ex-presidente Jair Bolsonaro. "Seria o L de Livramento?", perguntavam na internet. Ela sempre foi elegante e nunca expos o ex. Ele segue vendo o nome envolvido em presepadas amorosas das mais diversas formas.

O riso de Bruna é um jeito espontâneo e debochado de nos fazer perceber que acontece também com as mais bonitas: a gente se apaixona, sofre, tenta fazer dar certo, termina, volta, se bobear faz até tatuagem. Mas tem um momento, anos depois, quando o tal tempo (tambor de todos os ritmos) atua... em que só dá para rir.

Gostoso é se conhecer a ponto de perceber que aquilo tudo não era tanto assim. Que a vida é melhor agora — mesmo que que o agora não seja de conchinha com alguém. Poder rir sem se preocupar com o que o outro pensa é delícia demais.

Eu penso nas mulheres fazendo malabarismos para segurar relações falidas em que a contrapartida nem é grande coisa. Tomara que o riso de Bruna possa ser o seu também. Nem a Saletinha chora para sempre.

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Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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