Brasil não está preparado para se despedir de Humberto Carrão em 'Renascer'
Humberto Carrão, o coronezinho Zé Inocêncio da primeira fase de "Renascer", sai de cena na próxima segunda (5), quando começa a segunda fase da novela. Aí, quem vai dar vida ao dono das terras do cacau é Marcos Palmeira. E tem gente sofrendo com isso.
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Como é comum em novelas das 21h, o público fica apegado pelo elenco da primeira fase da novela. Nas redes sociais, já se reclama da ausência de certos atores na sequência da trama. Dessa vez, um ingrediente a mais: o charme de Humberto Carrão (não se pode contar para o ator, que detesta a alcunha de galã, segundo contou o colunista Lucas Pasin).
O rapaz é talentoso que só e não quer ficar restrito ao rótulo de bonitinho depois de quase 25 anos de carreira. Mas querendo ou não ser o gato da vez, Carrão está deixando todo mundo apaixonado.
Pode ser pendurado de cabeça para baixo, sangrando, como em uma das primeiras cenas da novela. Ou sendo costurado por um libanês excêntrico. Ou explicando como se faz uma floresta sustentável sem pesticidas — moderno o Inocêncio, hein? Ou se apaixonando, levando a sério a tradição novelesca de ver alguém pelado tomando banho de rio... vocês sabem o que acontece depois disso.
Não é de hoje. O garoto estreou na TV aos 8 anos, no infantil Bambuluá. Fez "Malhação" duas vezes e em uma delas transformou o vilão em um protagonista. Aí deu sequência a uma série de novelas das 19h: "Tititi", "Cheias de Charme", "Geração Brasil", "Sangue Bom" (aqui, com um vilão charmoso vivendo a redenção outra vez).
Em "Amor de Mãe", era o filho perdido de Taís Araújo. Em "Todas as Flores", seu personagem Rafael era um dos protagonistas. Em todas as obras, uma fila de gente suspirando no sofá. O que tem Humberto Carrão?
Bonitinho sem fazer esforço, o ator não parece ser o cara que se submeteria a procedimentos estéticos, por exemplo. Ele é como é. Já foi baterista, outro dia foi flagrado mandando ver no samba com Wagner Moura e Selton Mello. É bom ser a gente mesmo, né? Embora raro no meio artístico, pessoas autênticas costumam ter um lugar garantido no coração do público. A língua portuguesa também chama de carisma.
A vibe "sou galã, mas nem queria" não é novidade. O próprio Marcos Palmeira, que vive Inocêncio na vida adulta a partir de segunda, está nessa leva. É o talento com um tanto de personalidade que fisga. E um jeitinho safado de olhar e sorrir ajuda. Palmeira já atuou na primeira versão de Renascer e, a exemplo do que viveu em 2023 em Pantanal, volta ao remake da novela como protagonista. Dá para dizer que funciona há mais de 30 anos.
Outro exemplo é Du Moscovis — até como o bronco Petruccio, ele encantava a mulherada. Uma amiga dizia que ela e a mãe não podiam vê-lo na tela que tinham ímpetos de mandar beijos. A língua portuguesa não erra. Moscovis está jovem na TV à tarde, na reapresentação de Mulheres de Areia. Na dúvida, dia desses, desliguei a TV. Não podia me dar ao luxo de deixar de trabalhar para ficar mandando beijo para a TV.
Os três atores, modelo abrasileirado de beleza comum, repleto de talento, dão uma agitaçãozinha esquisita em várias gerações de moças. A Globo sabe disso e troca um pelo outro no horário das 21h. Carrão vai deixar saudades? Vai, sim. Mas nada como outro amor platônico para esquecer o anterior.
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