Luciana Bugni

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Opinião

Belo e Letícia Colin aprendendo a ser solteiros: é fácil para alguém?

Belo diz que não sabia ser solteiro e, apesar de grato à ex, Gracyanne, tem tentado se encaixar nesses novos moldes, de não ter um par. Letícia Colin é mais enfática: "Estamos aí, tentando entender esse mundo. Não está fácil, não".

O resumo da vida de todas as amigas que se divorciaram nos últimos meses é esse. Ruim casada, seguida de um misto de dor e alívio da separação e, depois de passado o primeiro baque, a sensação de ter se tornado o meme do John Travolta perdido em "Pulp Fiction".

Sabe quando você chega no rolê segurando o casaquinho, tentando entender como se portar? E, com sorte, pegar alguém?

Não é fácil lidar com aplicativos de procedência duvidosa —e gente também. É complicado alinhar as expectativas de um encontro bacana, com bom papo, desenvoltura, sedução... seguido, se os anjos safados estiverem ao seu lado, de um sexo firmeza seguido de conchinha confortável.

Um amigo outro dia filtrava as moças arrastando o dedo para o lado no celular resignado. Pautado na filosofia da recompensa de caça níquel, ele afirmava nem nutrir esperanças de romance. Seguia, como que por inércia. O match em si, objetivo do "jogo", era mais uma fonte de ansiedade. "E se der certo? Eu vou ter que sair com alguém?"

Paula Garcia, no episódio de seu podcast Paulada no Individualismo, foi contra: está todo mundo valorizando demais não sair de casa. E no fundo, a gente precisa de gente. Tentar está no pacote. O programa ainda não foi ao ar, mas fala sobre como todo mundo ando ensimesmado demais.

Uma amiga, no entanto, curtiu mais: o date foi no mercado, comeram uma pizza por ali e ela saiu com um beijo de língua e as compras do café na manhã no carrinho. No fim, teve entrega a domicílio das sacolas e o moço só foi embora de manhã. Não dá para errar sempre.

Tento apelar para a memória dos meus momentos solteira —vem à mente o momento em que um rapaz achou uma boa ideia comer meu último Danette da geladeira em sua primeira visita à minha casa. Sem me avisar. O encontro não se repetiu. Eu levo a sério o lema de Joey, em "Friends", que nunca divide comida.

Belo disse que está na vibe trabalho. É bom também focar outras paixões sem ter que dividir os dias e as expectativas com alguém. Há quem diga, depois de aprender a viver assim, nunca mais se enlaçar com ninguém. Como dizia um amigo: "Nada que a gente contrai (matrimônio) pode ser bom". Apesar da máxima, o danado está casado com a mesma mulher há 20 anos. Parece que dá para contrair e relaxar depois também.

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No filme "Mergulhando no Amor", que está na Netflix, uma senhora da Ilha de Chipre afirma à filha, solteira: "Sua vida foi fácil porque você ficou sozinha. Nunca entregou o coração para outra pessoa. Nunca se arriscou a sofrer. Estar sozinho é fácil. Estar com alguém é que é difícil. Assim como todas as coisas boas da vida".

E aí, você vai no fácil ou no difícil? Sem julgamentos, claro. No fundo, nessa equação não tem fácil.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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