Quanto mais a família Senna tenta apagar Galisteu, mais ela aparece
Adriane Galisteu aparece por poucos minutos na série da Netflix sobre Ayrton Senna, que retrata a vida do piloto desde a infância até sua morte, em maio de 1994, em Imola, na Itália. Eles namoraram nos últimos 18 meses da vida do atleta, e a mídia na época ficou maluca com esse casal carismático.
Apesar do apelo popular de Adriane —que arrancava risadas de um tímido Ayrton na frente das câmeras e fora delas também—, a família dele nunca foi muito fã desse romance. O ápice foi no enterro do ídolo brasileiro, em São Paulo, quando Xuxa, a ex, foi recebida com ares de viúva, e Adriane, de origem humilde, não foi nem sequer cumprimentada.
A série da Netflix teve o verniz da família Senna, que decidiu o olhar que se teria sobre a história do piloto. Num recorte de 30 anos, o namoro do último ano e meio ganha 3 minutos de tela, em duas cenas. Gabriel Leone, que faz o protagonista, argumentou que a presença de Adriane é breve porque ficaria repetitivo mostrar mais do que foi mostrado.
O público não engoliu e encheu as redes sociais de... Adriane Galisteu. A ponto de a própria se manifestar, agradecer o carinho e mandar a real: a história é de Senna, né, gente?
Mas o carisma dessa mulher ofusca até o do maior ídolo brasileiro do fim do século passado? Não exatamente. A série aliás, não mostra um herói clássico. Exagerado, metódico e imprudente às vezes, Senna se arrisca demais para conseguir o que quer. E só quer aquilo: o lugar mais alto do pódio. Levar o carro no braço. Abrir 40 segundos de vantagem do segundo colocado.
E mesmo com esses traços de quem faz o que precisar para alcançar os objetivos, o carisma do cara fazia o mundo inteiro se curvar. Tanto que eu desafio quem viveu os anos 1990 a ver a série sem ficar arrepiado com a bandeirinha do Brasil no carro branco e vermelho. Lewis Hamilton reproduz, eu arrepio. Gabriel Leone faz o mesmo, eu quase choro. E nem gosto de carros!
A combinação perfeita de Adriane e Ayrton melhorou os dois e mostrou a modelo ao mundo. O Brasil sentiu e adotou a apresentadora de TV como paixão nacional também. Pode a família Senna negar isso por 30 anos, ela continua firme como protagonista do fim dessa história. A internet brasileira, que nesta semana só fala dela, não me deixa mentir.
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