Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
'Nos Tempos do Imperador' chega ágil e com um monarca que será nosso herói
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Foi um ano e meio de espera. Mas valeu a pena. "Nos Tempos do Imperador" chegou à casa da gente como aquela novidade que arrebata. Primeiro capítulo ágil, cuidadosamente bem editado para não embolar os acontecimentos. Aliás, eles estão detalhados na abertura da novela. Deixa a maravilhosa música "Cais", na voz de Milton Nascimento, tomar conta de seus ouvidos, e perceba na entrada a história da trama a ser contada.
A ligação com "Novo Mundo" (2017) veio de maneira pontual: o nascimento de Dom Pedro 2º. Aliás, Selton Mello imprime no monarca o herói que a gente tanto carece. Aquele governante que peita quem ousar a ameaçar ou colocar seu país e o povo em perigo. O ator estava há 20 anos sem fazer novelas, mas não perdeu a mão. Selton é sazonal, mas cada vez que aparece a gente percebe como faz falta nos folhetins.
Difícil não ter ficado com a respiração suspensa com o corre-corre de Pilar (Gabriela Medvedovski) e Jorge (Michel Gomes). Os protagonistas jovens da história já foram apresentados de uma maneira que capturou os noveleiros. Ainda mais porque sabemos que daquele encontro quase trágico vai sair uma grande história de amor. E Gabriela ainda traz uma menina arretada, que naquele tempo ousa enfrentar o pai para seguir seus sonhos, que não passam por um casamento arranjado.
O fogo no canavial, os escravos sendo massacrados na tentativa de fugir... A cena foi muito bem desenhada, mas é complicado assistir tanta atrocidade. A gana de Jorge por dias mais justos é que faz a gente torcer, sem se deixar indignar por tanta perversidade. Que estará personificada na pele do Tonico de Alexandre Nero. De cara a gente já passa a ter nojo do filho de coronel, que vai passar a trama toda angariando ódio do público. Mas quem não ama odiar um bom vilão, não é? Nero tem tudo para arrebentar mais uma vez.
Enfim, "Nos Tempos do Imperador" traz o frescor do ineditismo, a agilidade necessária para uma produção bem atual, sem deixar a história rasa.
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