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João Côrtes lança primeiro longa como diretor e fala inglês em três séries
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Desde que João Côrtes soltou o vozeirão no "Popstar" (2018), surpreendendo quem o conhecia dos comerciais de uma empresa de telefonia e de alguns papéis em novelas e séries, que o ator não para causar impacto. Dessa vez, o feito é o lançamento de "Nas Mãos de Quem Me Leva", seu primeiro longa como roteirista e diretor, já premiado em festivais de Portugal, da Alemanha, dos Estados Unidos e da Coréia do Sul.
Fizemos um longa-metragem 100% independente, e mesmo dentro do contexto que nos encontramos hoje no Brasil, conseguimos lançá-lo. Escrevi e dirigi esse filme com todo o meu coração. Espero que minha arte possa tocar as pessoas que a vejam", diz, orgulhoso.
Não é pra menos. Foram quatro anos neste processo até ter o filme totalmente pronto. No momento, ele está disponível nas plataformas digitais iTunes, Google Play, Youtube Play, Net NOW, Looke, Vivo Play e AppleTV. Agora, imagina escrever, filmar, finalizar e na hora de lançar o longa, ver uma pandemia atravessar e paralisar o mundo.
Ano passado, estávamos todos apreensivos, sem saber qual seria o rumo do audiovisual, do entretenimento, do país inteiro. A ideia inicial era lançar em 2020, mas por conta da pandemia, os planos mudaram e tivemos que nos adaptar", diz ele, que viu isso claramente ao inscrever o filme em vários festivais e não poder estar presente em nenhum deles:
É uma pena, mas o que estamos vivendo como sociedade é muito mais urgente e importante. Ficamos extremamente gratos de ter nosso filme aceito em festivais pelo mundo, ganhando prêmios, sendo reconhecido. Isso nos restaurou a fé na arte."
Reconhecimento e representatividade
"Nas mãos de quem me leva" conta a história de Amora, uma jovem de 20 anos que perdeu os pais ainda pequena e desde então mora com sua avó, com quem tem uma relação desgastada. Ao se apaixonar por um homem mais velho e passar pelos desdobramentos que essa paixão causará, Amora vai conquistando maturidade e inteligência emocional, entendendo que seu destino depende muito mais dela mesma do que de qualquer fator externo.
É uma história sensível, delicada e vulnerável sobre o processo de amadurecer. Crescer. Se reconhecer", resume o ator, que vê o processo de amadurecimento como algo infinito:
Acredito e espero que ele nunca acabe. O filme é muito reflexo de minhas questões, vulnerabilidades e vivências no início dos meus 20 anos. Tem tantas coisas que não compartilhamos com os outros, mas que são gigantes dentro de nós."
João sabe bem o que está falando. Nesse processo de amadurecimento, de reconhecimento, o artista de 26 anos decidiu compartilhar, ano passado, no Dia do Orgulho LGBTQIA+, a sua orientação sexual, através de sua rede social.
Primeiro, acho importante dizer que esse passo só precisa ser dado se você se sentir confortável para isso. Decidi me manifestar sobre minha orientação sexual por reconhecer o quanto a representatividade importa. Faço isso por me sentir seguro de quem eu sou, por me sentir à vontade na minha própria pele e faço por todos que vivem algo parecido, ou pior, e se sentem sozinhos. Não estamos sozinhos", afirma, categórico.
Um João internacional
Mesmo estando todo trabalhando na direção, o ator não deixa de lado o ofício de interpretar. Mais uma vez, João vai nos impressionar ao atuar em inglês. O rapaz está em "O Anjo de Hamburgo" - primeira série falada totalmente em língua inglesa e que deve estrear no Globoplay - além de "The American Guest", da HBO e "The Journey".
O 'Anjo de Hamburgo' foi uma das melhores experiências que já tive como ator. Eu já tenho intimidade com a língua inglesa desde pequeno e sempre fui muito influenciado e inspirado pelo cinema internacional. Não só americano como o europeu. Meu personagem é o Wilfried Schwartz, um jovem soldado alemão nazista, de Hamburgo, que acaba de retornar da guerra, e se encontra em um estado de choque pós-traumático. Ele tenta relatar as vivências do campo de guerra para o personagem do Rodrigo Lombardi, o médico João Guimarães Rosa", conta João.
"Já 'The American Guest' e 'The Journey' foram meus primeiros dois trabalhos em inglês. No primeiro, vivo o Major Thomas Reiz, o cinegrafista e braço direito do Marechal Cândido Rondon (Chico Diaz) - na expedição que ele realizou pela Amazônia em 1914, ao lado do ex-presidente Theodore Roosevelt (Aidan Quinn). Filmamos por 50 dias na Amazônia, depois fomos para a Chapada dos Guimarães, e terminamos em São Paulo. Em 'The Journey' , eu interpreto Joel, numa produção que conta a história de quatro amigos, desde a infância até a vida adulta. As cenas foram gravadas tanto em português quanto em inglês", relata.
Música consolida carreira artística
Toda essa efervescência na carreira de João começou a se desenhar em "Popstar". O ator foi alçado ao grande público através de uma campanha publicitária, mas o reality musical o consolidou de vez na carreira artística.
"O 'Popstar' foi um dos divisores de água da minha carreira até agora. O programa me proporcionou ser visto como um artista, de uma ótica mais ampla. Passei a ser visto como um cantor, não só ator. Eu tive a oportunidade maravilhosa de apresentar ao grande público esse meu lado musical que sempre foi tão presente, mas o grande público não conhecia. Sinto uma gratidão enorme por ter vivido o Pop. Me engrandeceu e me potencializou!", relembra ele, que diz ter tido "feedback dos maiores artistas do país" e se orgulha de sua musicalidade ter siso reconhecida.
Portanto, continuar seguindo nesse caminho é uma certeza do ruivo. Assoberbado com os compromissos de sua faceta ator, ainda não conseguiu tempo para lançar suas novas músicas.
Faz um tempo que estou com algumas músicas originais prontas. Só não encontramos o momento certo para lançá-las, mas quero fazer isso em breve. Ainda vou filmar os clipes de cada canção e vou compor mais. E claro, sempre que houver a possibilidade vou tentar juntar a atuação e a música. Isso tudo sempre vai fazer parte de mim", constata João.
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