'Nos Tempos do Imperador': não há sentido na volta de Germana e Licurgo

Olha, juro que tento, mas não há meios de eu achar graça no casal Germana e Licurgo, de "Nos tempos do Imperador". Toda vez que os dois aparecem me dá certa vergonha. Gostava da versão mais jovem deles em "Novo Mundo" (2017), talvez, pelo fato de terem função na trama. Afinal, a taberna e estalagem do casal serviram de cenário para conspirações, intrigas, encontros e desencontros. Por ali, já passaram da criadagem à nobreza. E, sim, na novela anterior eles eram divertidos.

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Em "Nos Tempos do Imperador", não vejo essa ligação com a história. As cenas de Licurgo e Germana são desconectadas do restante da trama. Voltaram pra quê? Diferentemente de outras novelas que usaram o recurso do humor para dar leveza a uma história, aqui me causa constrangimento. Sem contar que Germana e Licurgo devem tomar algum elixir qualquer, porque mesmo com a idade pra lá de avançada, continuam tão ágeis quanto na época de "Novo Mundo".

O tempo gasto com as sandices dos personagens poderia ser convertido a mais cenas de Pilar e Samuel, do núcleo da Pequena África, a um espaço maior tanto para as vilanias de Tonico quanto para o triângulo formando por Pedro, Teresa Cristina e Luísa, por exemplo.

Não me incomoda o fato de estarem com o aspecto ainda mais nojento. Já eram pouco asseados há 30 anos. Muito menos continuarem a não ter escrúpulos. O problema é ainda não terem se encaixado na história. Minimamente. Ressalto aqui que nada tem a ver com a interpretação de Vivianne Pasmanter e Guilherme Piva. Os dois continuam dando conta do recado e nos impressionando ainda mais pela total desconstrução, mandando às favas de vez a vaidade que muitas vezes cerceia o ator. Na verdade, esperava mais. Não dos atores, mas dos personagens. Uma pena.