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Marcelle Carvalho

REPORTAGEM

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Xixi atrás do carro e jacaré no rio: os perrengues de Ju Paes em 'Pantanal'

Juliana Paes passou sufoco com jacaré dentro do rio, em "Pantanal" (Reprodução/TV Globo). - Reprodução / Internet
Juliana Paes passou sufoco com jacaré dentro do rio, em 'Pantanal' (Reprodução/TV Globo). Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

16/03/2022 04h00

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Juliana Paes não esconde a empolgação de dar vida a uma das personagens mais emblemáticas de 'Pantanal': Maria Marruá. O remake que estreia dia 28, na TV Globo, além de trazer a atriz despida de qualquer vaidade, com machas e marcas no rosto, olheiras e cabelos brancos, proporcionou a artista colecionar histórias inesquecíveis.

Como tudo é grandioso no Pantanal, a distância entre as fazendas e as locações das gravações também não era pequena. Justamente por isso, o sufoco era quando Juliana precisava fazer xixi e estava em deslocamento.

Mais difícil para mim era quando tinha vontade de fazer xixi. Ia para trás do carro e fazia. Hidratei bastante aquela área. E o medo de vir bicho justamente na hora em que você está fazendo?", diz, rindo, contando que tinha Enrique Diaz (intérprete de Gil, marido de Maria Marruá) como vigia, caso precisasse afugentar algum animal que aparecesse nesse momento.

Porém, o maior sufoco da intérprete de Maria Marruá estava longe de ser o improviso na hora de fazer xixi. A atriz esteve na mira de um jacaré quando gravava cenas no rio.

Estava fazendo cena da Maria, grávida, dentro do rio, quando Noa (Bressane, diretora) pediu para eu ficar boiando. Como os ouvidos ficaram submersos, só escutava o barulho debaixo d'água. E dá-lhe de mudar a câmera de posição e eu lá tranquila... Daqui a pouco comecei a escutar algo muito alto. Era um dos produtores gritando: 'sai, sai!'. Quando olho para o lado, vi um jacaré traçando uma reta e vindo na minha direção. Saí correndo com a barriga falsa pendurada na mão. Quase tomo uma mordidinha de jacaré", relembra, aos risos.

'Vejo beleza nas olheiras'

Um das mulheres mais bonitas do Brasil, Juliana não ter neuras em se ver envelhecida para dar vida a sofrida personagem. E confessa enxergar beleza nas marcas do tempo, impressas em seu rosto e realçadas para Maria Marruá.

A gente vive um universo estético. As pessoas perguntam: 'como é se ver envelhecida, maltratada?'. Não é esforço, é gratificante poder abrir mão da vaidade, da estética e ver beleza nisso. Vejo beleza nas olheiras, poesia nas marcas do tempo... É um prazer abandonar a mochila da vaidade, da perfeição. O processo é catártico", garante a artista, de 42 anos.

E não foi preciso nenhuma prótese para ajudar nesta composição. Pelo contrário. A ideia, segundo a atriz, era fazer da ação do tempo, esculpido em seu rosto, o guia para encontrar a cara da mãe da Juma (Alanis Guilen).

O personagem acontece quando coloco a roupa e me vejo com maquiagem e cabelo prontos. Então, a Val (Valéria Toth, caracterizadora da trama) e eu começamos a imaginar como seria o rosto de uma mulher que nunca se protegeu de sol. Tem melasma? Onde seria? As marcas de expressão, como ficariam naturais sem precisar usar prótese, porque não pode atrapalhar', avalia a artista, que deixou sobrancelha crescer, cabelo branco aparecer, para servirem de elementos verossímeis na construção dessa mulher forjada na dor.

"Quando se olha tudo isso pronto, entende-se o personagem" , resume Juliana