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Murilo Benício não alivia a barra de personagem machista, em 'Pantanal'
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Murilo Benício não é de passar pano para personagem mau-caráter. Tanto que em "Pantanal", nova trama das 21h, que estreia dia 28, ele pediu ao autor, Bruno Luperi, para não aliviar nada para Tenório, personagem do ator no remake. Afinal, 32 anos depois do folhetim original exibido na extinta Manchete, o fazendeiro ainda é aquele homem grosso, machista, capaz de humilhar a mulher, Maria Bruaca (Isabel Teixeira), manter uma outra família e ainda cometer barbaridades para atingir seus objetivos.
Acho bom fazer. Conversei com Bruno (Luperi, o autor) sobre esse lugar onde chega Tenório. E falei pra ele não segurar nada, porque esse cara existe. É tudo que a gente não quer, porém, ainda há aos montes. Acho que vai ser uma boa forma de espelho para uma parcela das pessoas que ainda não conseguiu evoluir neste lugar. Espero que se reconheça e de forma negativa", afirma o ator, que não tem medo do cancelamento por conta das atitudes do personagem.
Benício não viu a primeira versão de "Pantanal". Na época, ele estava morando nos Estados Unidos (1989-1991), mas lembra ter ouvido a repercussão sobre "uma novela ser sucesso fora da Globo" . Agora, mesmo podendo ver alguns trechos da novela, preferiu continuar sem saber como foi a performance do ator Antonio Petrin na pele do execrável Tenório.
Não quis ver, porque se eu gostasse de algo poderia imitar ou me obrigar a fazer diferente. Achei que poderia estar mais livre se não tivesse nenhuma referência. É uma pressão grande fazer 'Pantanal'. Estamos fazendo uma novela que já existe, que todo mundo conhece e tem carinho. Há uma grande expectativa tanto da TV Globo quanto do público. Então, não queria colocar mais expectativa do que as que já existem", pondera.
Todavia, até mesmo os vilões têm suas histórias de vida. Tenório não é exceção. Por isso, Benício acha importante também contar um pouco dessa trajetória. Não para defendê-lo, mas para entender o que o moldou para ter chegado nesse ser tão desagradável.
Ele é um sobrevivente. Filho de boias-frias, viu pai e mãe morrerem em um acidente quando estavam indo pro canavial, na caçamba de um caminhão. Tinha 13 anos quando ficou órfão. Teve uma realidade dura e se tornou essa pessoa bruta com valores questionáveis. Ele é um homem com valores deturpados, tem um caráter que muda conforma situação. Existem muitos Tenórios por aí", constata o ator.
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