"Salve-se Quem Puder" estreia em ritmo de comédia escrachada para crianças
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A cena final do capítulo de estreia diz muito das ambições de "Salve-se Quem Puder". Dentro de um avião, um homem armado com revólver rende o juiz Vitório (Ailton Graça), mas deixa o revólver cair no chão. No meio do corre-corre, a decoradora Kyra (Vitoria Strada) pega a arma e, nervosa, aponta para o criminoso, mas atira várias vezes na fuselagem do avião.
Foi, em resumo, uma cena de humor bem escrachado e simplório, simbolizada na expressão exageradíssima da atriz (na imagem acima). Muita gente pensou em programas de humor populares, mas a referência é outra. A trama de Daniel Ortiz parece buscar reviver novelas que apostaram num humor mais simples e óbvio, de comunicação direta com o público.
Tudo apontou nesta direção no primeiro capítulo. Todas as cenas de Vitoria Strada investiram no exagero, explorando a ideia de que a personagem é atrapalhada. As cenas de Deborah Secco, no papel da atriz Alexia, foram todas igualmente em tom de comédia para crianças, buscando provocar graça com a sua insegurança profissional ou a sua libido a flor da pele.
A terceira protagonista, Juliana Paiva, vive Luna, a funcionária de um resort em Cancún, que esbanja romantismo. É criada pelo pai, Mário (Murilo Rosa), e pensa em reencontrar a mãe, que mora no Brasil. Tentando reconquistá-la, o namorado Juan (José Condessa) a levou para um passeio a cavalo na praia - numa cena de puro teor mexicano.
Esta é a terceira novela de Ortiz, sempre com comédias levíssimas, sem maiores ambições, na faixa das 19h. Colaborador de Silvio de Abreu em "Guerra dos Sexos" (2012), ele estreou como autor titular com "Alto Astral" (2014. Em 2016, assinou "Haja Coração", um remake de "Sassaricando" (1987), de Abreu.
A sinopse informa que "Salve-se Quem Puder" vai girar em torno destas três mulheres, obrigadas a adotar novas identidades no Brasil após testemunharem um assassinato no México.
Pelo tom da estreia, a novela vai depender muito da capacidade do trio em fazer rir. Deborah Secco estava à vontade, fazendo pela enésima vez as caras e bocas que os seus fãs reconhecem à distância. O mesmo não se pode dizer de Vitoria Strada, com mais dificuldades em encontrar o ponto - o exagero está sempre a um passo do ridículo. E Juliana Paiva, a que menos mostrou, tem o desafio de se achar numa comédia tão escrachada.
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