Os prós e contras da reinvenção do "MasterChef" em 2020
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Lançado pela Band em 2014, a versão brasileira do "MasterChef" foi um sucesso imediato, trazendo inúmeros benefícios para a emissora. Não por acaso, nos anos seguintes, SBT, Record e Globo levaram ao ar programas de competição culinária muito semelhantes.
O "MasterChef" trouxe três coisas importantes para a Band: patrocinadores, audiência e engajamento nas redes sociais. Para uma emissora que não vivia os seus momentos mais gloriosos, a franquia de gastronomia se tornou uma galinha dos ovos de ouro.
Desde o lançamento, já foram seis edições regulares, com cozinheiros amadores, uma com crianças, três com profissionais e uma especial, com ex-participantes. Um exagero, na minha opinião, mas sintomático da importância que o programa adquiriu para a emissora.
Com a pandemia de coronavírus, a Band se viu diante de um impasse: como produzir a sétima temporada regular sem colocar em risco os participantes, os jurados e todos os técnicos envolvidos na gravação.
A solução, muito engenhosa, consistiu em transformar cada episódio numa disputa única. A cada semana, uma turma de participantes compete, um vence e pronto. Ninguém retorna ao programa. Desta forma, testados previamente contra a covid-19, os candidatos não colocam ninguém em risco e a emissora não precisa mantê-los sob vigilância.
Esta opção teve duas consequências negativas, do ponto de vista do público.
A primeira, e mais lamentada, é a impossibilidade de criar simpatias e torcer por um mesmo participante ao longo de semanas. O mesmo vale para antipatias - reclamar de um candidato por vários episódios.
O outro problema é a qualidade dos participantes. A cada semana fica mais explícito que a seleção não foi das mais rigorosas. Os candidatos são, em geral, fracos e cometem erros muito banais. Além disso, no formato original, muitos participantes têm a chance de evoluir ao longo do tempo, o que não é possível agora.
Por outro lado, para quem gosta de ver desastres na cozinha, a atual edição está sendo um prato cheio. E os jurados, ainda bem, não estão perdoando os absurdos. Entretenimento puro.
Maior patrimônio do "MasterChef", os três jurados, Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça, seguem firmes, levando a sério a missão de nos divertir, mas tenho a impressão que eles também não estão muito à vontade neste novo formato.
Que a Band possa retomar logo o formato original é a minha torcida.
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