Será que a série sobre amor na quarentena perdeu a hora certa de estrear?
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Vai ao ar nesta terça-feira (15) o segundo episódio de "Amor e Sorte". Ele mostra Lazaro Ramos e Tais Araújo como Cadu e Tábata, um casal que começa uma DR impulsionada por um panelaço. O primeiro episódio, exibido semana passada, trouxe Fernanda Montenegro e Fernanda Torres como Gilda e Lucia, uma mãe e uma filha discutindo a própria relação no sítio onde estão confinadas durante a pandemia de coronavírus.
A série foi idealizada alguns meses atrás pelo diretor e roteirista Jorge Furtado, criador também de "Mister Brau", "Sob Pressão" e "Todas as Mulheres do Mundo", entre outras. Como não seria possível gravar em estúdio, por causa da pandemia, ele teve a ideia de encenar histórias que poderiam ser gravadas por casais ou duplas que estavam fazendo a quarentena juntos.
Os outros dois episódios trarão também casais na vida real encenando histórias de ficção em suas próprias casas, Caio Blat e Luisa Arraes, e Emilio Dantas e Fabiula Nascimento.
São os próprios atores que operam os equipamentos de gravação. A diretora da série, Patrícia Pedrosa, e duas dezenas de técnicos acompanharam as gravações, dando instruções e orientações, de forma remota.
Achei o projeto muito legal. Até assisti a gravação de uma cena do episódio da Tais e do Lázaro. Estou curioso para ver o resultado nesta terça-feira.
O primeiro episódio foi diferente. O diretor Andrucha Waddington, casado com Fernanda Torres, operou o equipamento com a ajuda de seus filhos. Todos estão confinados juntos.
Queria fazer duas observações que me ocorreram após a estreia. Primeiro: será que "Amor e Sorte" perdeu o timing, a hora certa, de estrear? Vendo as praias e parques lotados, tanta gente nas ruas sem máscaras, ainda faz sentido falar de quarentena hoje? Eu acho que faz, mas tenho a impressão que parte da população não está nem aí...
Tudo bem, a série ficará como um registro do que foi esta situação de confinamento, mas talvez tenha demorado um pouco para estrear.
"Diário de um Confinado", com Bruno Mazzeo, ainda que muito mais leve e superficial, estreou num momento mais "quente", em que as pessoas estavam levando mais a sério a quarentena.
A outra observação é sobre o episódio de estreia, com as duas Fernandas, mãe e filha. Achei bonito, transbordando afeto nos gestos e nos olhares. Mas esperava mais do texto. Senti falta de diálogos mais profundos entre as duas, que mostrassem as diferenças entre as duas. Que buscasse explorar melhor esta relação entre mãe e filha. Acho que ficou muito na superfície. Bonito, comovente, mas podia ter ido mais longe.
A audiência do episódio de estreia foi boa. O que é sempre um sinal positivo. Vamos ver os demais três episódios.
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