Jornalismo não pode ter lado nem ao falar da disputa pelo espólio de Gugu
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Como se viu neste domingo (22), um ano depois da morte de Gugu Liberato, os desdobramentos do caso seguem colocando grandes desafios para os canais de televisão.
A inesperada morte de Gugu, aos 60 anos, em 21 de novembro de 2019, deu origem a uma disputa judicial entre Rose Miriam, mãe dos seus três filhos, e a família do apresentador.
Rose não foi contemplada no testamento de Gugu, mas afirma ter direitos e quer ser, segundo suas palavras, "amparada". A família do apresentador não aceita.
Neste meio tempo, o chef Thiago Salvático veio a público dizer que passou cerca de oito anos em um relacionamento com o apresentador. Após alguns meses, ele desistiu de disputar a herança.
Record, o último canal onde Gugu trabalhou, e SBT, onde foi revelado e viveu o auge da carreira, têm sido muito cuidadosos ao tratar do assunto. Respeitam a discrição com que Gugu sempre tratou a sua vida pessoal. Concordo que é preciso evitar exageros e sensacionalismo.
Já a Globo desde o início tem dado generoso espaço à disputa judicial. Já entrevistou todos os lados da história. A mãe de Gugu, advogados de ambas as partes e, neste domingo, Rose Miriam, além de Salvático.
O excesso de respeito de SBT e Record, às vezes, é exagerado. O Câmera Record, deste domingo, por exemplo, trouxe entrevista com os três filhos, mas não mencionou que eles têm uma mãe e que essa mãe tem um litígio judicial com a família de Gugu.
Isso já não é mais respeito pela memória de Gugu. É desinformação. O jornalismo precisa enfrentar o assunto e não pode ter lado ao tratar de uma disputa judicial.
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