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Sem dó do público, "Amor de Mãe" volta com 3 assassinatos em 3 capítulos
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Manuela Dias prometeu que todos os 23 capítulos da fase final de "Amor de Mãe" seriam emocionantes, em ritmo de último episódio. E está cumprindo a promessa.
De volta à televisão desde segunda-feira (15), a trama está em ritmo avassalador, deixando claro que a autora não tem tempo a perder com preparação de acontecimentos ou explicações muito detalhadas.
O tema principal, a busca por Domênico, continua movendo a história, mas Lurdes (Regina Casé) agora também precisa se proteger da covid-19. A novela, a propósito, está prestando um serviço ao mostrar os personagens quase sempre de máscara, preocupados com a doença.
A novela também segue sem aliviar no retrato da violência urbana. Três assassinatos ocorreram nestes primeiros três capítulos.
Numa cena, Álvaro (Irandhir Santos) telefona de dentro da cadeia para Belizário (Tuca Andrade) e um pouco depois o policial-bandido está fantasiado de garçom numa praia paradisíaca, oferecendo um drinque para Estela (Letícia Lima). Quando percebe que vai morrer, a ex-aeromoça só consegue pedir: "Na cara não, Belizário!" E ele atende o pedido dela, atirando na altura do coração.
Em outra cena, Thelma (Adriana Esteves) se dá conta de que a amiga Jane (Isabel Teixeira) descobriu o crime que ela cometeu no último capítulo da primeira fase, o assassinato de Rita (Mariana Nunes). E, em questão de segundos, a mãe mais doida de "Amor de Mãe" trama a morte da amiga de forma a simular que ela se suicidou.
Jane precisou ser bem burra e Thelma habilidosa demais para a conclusão tão rápida desta situação, mas tudo bem. Não há tempo a perder com filigranas lógicas.
O terceiro crime ocorreu no terceiro capítulo - e foi muito questionado pelos espectadores. Marconi (Douglas Silva) fugiu da cadeia e, em vez de curtir a vida em liberdade, sua prioridade é se vingar do amigo Sandro (Humberto Carrão), cujo pai, Raul (Murilo Benício), foi responsável pela sua prisão.
Numa trama mais rocambolesca do que o normal em "Amor de Mãe", Marconi sequestrou Betina (Isis Valverde) para atrair Sandro e depois de libertar a moça os dois saíram juntos de carro pelo Rio de Janeiro. Parados pela polícia, Marconi decidiu se entregar, mas um policial, a mando de Belizário, o assassinou.
Antes de morrer, Marconi teve direito a um protesto comovente: "Meu nome é Marconi Eduardo Silva. Sou nascido e criado no Rio de Janeiro. Minha mãe é dona Flavia, meu pai é seu Antônio. Eu sou o Marconi". Com o amigo nos braços, Sandro diz: "Eu sei quem tu é. Tu não tá sozinho".
Concordo com quem achou que não era necessário mostrar mais uma morte de um homem negro, vítima de violência policial. Uma cena muito pesada e dolorosa de assistir.
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