Guerra de torcidas do BBB no Twitter está cada vez mais baixo astral

O "Big Brother Brasil" nasceu em 2002, um tempo em que era preciso telefonar ou enviar SMS para manifestar a sua preferência de voto. Por sua própria natureza, o programa sempre estimulou a troca de opiniões entre o público. Há registros já em 2003 de conversas sobre o reality em fóruns, blogs e salas de bate-papo virtuais.

A ampliação do acesso à internet alterou radicalmente o reality show. A votação pelo site da Globo se mostrou a forma mais prática para eliminar participantes e as redes sociais se tornaram uma ferramenta para aglutinar torcidas.

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Comunidades no Orkut são consideradas determinantes para a aglutinação de fãs de Marcelo Dourado e a vitória do lutador no "BBB 10".

O Twitter se mostrou rapidamente uma ferramenta bem mais prática que o Orkut para esta função. A experiência da "segunda tela" (ver o programa e comentar sobre ele, simultaneamente, em tempo real) alterou radicalmente o "relacionamento" do público com o "BBB".

Os espectadores mais engajados encontraram no Twitter o ambiente perfeito para localizar pessoas que têm afinidades iguais e, mais importante, alimentam ódios em comum. A cada ano que passa, a temperatura das discussões sobre o programa tem aumentado.

Em 2020, com a participação de influenciadores digitais, a batalha nas redes sociais atingiu um novo patamar. Tornou-se profissional, literalmente. Equipes contratadas para gerir as contas dos participantes nadaram de braçada, semeando apoios, distribuindo propaganda e rebatendo más notícias.

Porque, assim como tem ocorrido em períodos eleitorais, durante o "BBB" o Twitter se tornou um campo de batalha pesado. Fake news, denúncias de mau uso, suspensão, cancelamentos - a rede social não é mais lugar para amadores.

Este ano, curiosamente, o barulho maior está sendo gerado pelos perfis não dos famosos, mas dos anônimos. A disputa entre fãs de Juliette e de Sarah virou, de fato, uma guerra virtual, barulhenta e desagradável - tóxica, como se diz.

Mas não apenas entre elas. Fãs de outros participantes, como Gilberto e Fiuk, entre outros, também reagem mal a comentários e críticas. Desde o início do programa, vários já relataram até ameaças a parentes. O nível está baixo mesmo.

Faltando ainda 40 dias para o término do "BBB 21", o tom das discussões no Twitter está cada vez mais baixo astral. A troca de acusações, ofensas e baixaria ocupou um lugar que antes era de divertimento e humor. Uma pena.