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Patrocinadores esperam que Globo puna agressão psicológica no BBB em 2022
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Ao dar uma aula sobre racismo para Rodolffo na noite de terça-feira (6), Tiago Leifert mostrou que a Globo está preocupada com a próxima edição do reality show. "Que oportunidade nós estamos tendo de não deixar que isso aconteça no 'BBB 22'. Tá bom, já. Já deu. Bora pra frente", disse.
E não é apenas a emissora. Após uma edição marcada por situações de abuso psicológico, machismo, homofobia e racismo, os patrocinadores também querem se precaver.
Num encontro promovido pela agência Wunderman Thompson, representantes de duas marcas que têm investido fortemente no "BBB 21", Avon e Coca-Cola, fizeram um balanço positivo do agitado "BBB 21". E manifestaram a expectativa de que o reality show da Globo mude algumas de suas regras em 2022, contemplando a punição para quem cometer "agressão psicológica".
Danielle Bibas, vice-presidente de marketing da Avon, contou que a desistência de Lucas Penteado, após ser vítima do que foi chamado de "terror psicológico" dentro do BBB, motivou uma série de conversas com a Globo.
"Uma das conversas que a gente teve é que faz parte do regulamento do BBB que, se uma pessoa agredir a outra, a direção do programa tem o direito de eventualmente expulsar esse participante. Agressão física. O tema que foi levantado é: até que ponto vai a agressão psicológica, que pode se tornar tão ruim ou pior que uma pessoa dar um tabefe na cara do outro", disse a executiva.
E acrescentou: "Existe uma discussão aí sobre quais são as regras nessa área - que é o assédio moral, o assédio psicológico, o racismo, a verbalização do racismo. O que pode e o que não pode? É delicado, é difícil, não é fácil. Tem muita gente cobrando a Globo e os patrocinadores sobre o que vai ser feito nesse caso. E eu acho que todos nós estamos aí para aprender e evoluir como o programa vai trazer essas discussões à tona de uma maneira saudável, que não vá gerar nenhum perigo para ninguém".
Poliana Sousa, líder de Coca-Cola na América Latina, manifestou posição semelhante: "A sociedade não tolera mais. E o palco de um programa desses, com alta visibilidade, alta exposição, também é palco para estas discussões. E realmente, todos estamos aprendendo. Acho que a Globo vai aprender e as coisas vão evoluindo com o tempo", disse.
E falou da expectativa de mudanças: "A gente é contra qualquer tipo de discriminação e a gente vai estar junto com a Globo nesses aprendizados e entender como precisa evoluir, que é o ponto da Dani. É importante o debate. E como isso pode gerar um aprendizado e uma reflexão em todos nós, o que é legal e o que não é legal".
Pensando em 2022, Danielle também falou sobre este ponto: "Eu acho que vai ter uma conversa. É impossível essa conversa não chegar à tona de quais são as regras e até onde vai o assédio psicológico dado o que aconteceu este ano. Acho normal que isso seja debatido e discutido dentro do programa e dentro da emissora".
Numa edição com número recorde de marcas, são oito os patrocinadores principais. Destes, Americanas, PicPay e Avon são cotistas "big" e estão sendo expostos na Globo, no Multishow e nas plataformas digitais da companhia. Os cotistas chamados "anjos" são Amstel, C&A, McDonald's, P&G e Seara, com presença também na TV aberta, mas não nos produtos digitais.
Quase todas as grandes marcas hoje têm se apresentado publicamente como defensoras de princípios como representatividade, diversidade, tolerância, respeito. E muitas entenderam, pensando no saldo final positivo da edição passada, que seria ótimo se associar ao "BBB 21".
A Avon, uma das empresas que manifestou preocupação com os fatos ocorridos no início desta edição, é um bom exemplo. É a primeira vez que anuncia no reality show. A marca de produtos de beleza tem um posicionamento explicito em defesa da diversidade das mulheres e contra os preconceitos. A campanha que tem exibido no "BBB" mostra mulheres bem diferentes em matéria de aparência, idade e raça.
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