Só a coleção Vaga-Lume pode reunificar o Brasil
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Há alguns dias, escrevi sobre dois livros que estão para sair pela coleção Vaga-Lume, da editora Ática: "Ponha-se No Seu Lugar", de Ana Pacheco, e "Os Marcianos", de Luiz Antonio Aguiar. Pegando carona na notícia, fiz uma sondagem informal no Twitter. Joguei no ar: qual é o seu livro favorito da série? A repercussão me impressionou.
"O Escaravelho do Diabo", de Lúcia Machado de Almeida, talvez tenha sido o romance mais citado. "O Rapto do Garoto de Ouro", de Marcos Rey, e "A Ilha Perdida", de Maria José Dupré, também foram muito lembrados. "O Mistério do Cinco Estrelas", outro de Rey, "A Turma da Rua Quinze", de Marçal Aquino, "O Feijão e o Sonho", de Origenes Lessa, "Aventura no Império do Sol", de Silvia Cintra Franco, "As Aventuras de Xisto", "Spharion" e "O Caso da Borboleta Atíria", os três de Lúcia Machado de Almeida... Em milhares de respostas, menções a parte considerável dos cento e tantos títulos publicados pela série, que já vendeu mais de 8 milhões de exemplares.
As pessoas exalam afeto ao mencionar a coleção Vaga-Lume. Além de bonito, isso é ótimo. Mais do que falar sobre a importância de certas leituras, apontar a genialidade dos clássicos ou exaltar virtudes estéticas, a melhor forma de convencer alguém a passar um tempo de sua vida mergulhado num calhamaço de papel é convencê-lo de que, antes de tudo, aquele livro é legal.
Nesse campo, a série foi (é) magistral. Por mais que permitam diversas camadas de leitura, suas histórias são sobretudo legais, cativantes, envolventes. Pergunto-me: dos que demonstram paixão pela coleção - e pelas memórias e sensações que ela desperta, elementos essenciais para compreendermos tamanho saudosismo -, quantos seguem descobrindo ou criando novos afetos literários?
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