Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Lembra de 'O Caçador de Pipas'? Brasil já viveu febre de livros afegãos
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No dia 18 de abril de 2007, uma matéria da Folha apontava que livros sobre o Afeganistão lideravam a lista dos mais vendidos. Naquela semana, quatro obras a respeito do país apareciam nos rankings de ficção e não ficção: "O Afegão", de Frederick Forsyth (Record), "O Caçador de Pipas", de Khaled Hosseini (Globo), "O Livreiro de Cabul", de Asne Seierstad (Record), e "Eu Sou o Livreiro de Cabul", de Shah Muhammad Rais (Bertrand do Brasil).
A tendência de livros sobre o Afeganistão havia se espalhado pelo Ocidente após os Estados Unidos invadirem a nação asiática para acertar as contas pelos atentados de 11 de setembro. Moda editorial similar ao que vimos mais recentemente com obras de booktubers e com os enfadonhos livros para colorir, essa onda afegã chegou com bastante força aqui no Brasil.
Também em 2007, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, três autores com trabalhos sobre o tema apareciam com destaque na programação. Deborah Rodriguez, de "O Salão de Beleza de Cabul" (Elsevier), Rais (aquele de "Eu Sou o Livreiro de Cabul") e Mohamed Moulessehoul, que assinou "As Andorinhas de Cabul" com o pseudônimo Yasmina Khadra (Sá Editora) fizeram uma mesa toda inspirada pela capital do Afeganistão, que ocupava com força o imaginário dos leitores.
Na época, virou piada a quantidade de títulos que faziam referência a Cabul. Tudo relacionado à cidade parecia ser assunto digno de livro. Além dos romances já citados, desde então leitores passaram a esbarrar em livrarias com volumes como "Mulheres de Cabul" (Harriet Logan, Geração Editorial), "Cabul no Inverno" (Ann Jones, Novo Século), "As Meninas Ocultas de Cabul" (Jenny Nordberg, Companhia das Letras) e "Uma Pequena Casa de Chá em Cabul" (outro de Deborah Rodriguez, Leya).
Como é possível intuir pelo nome dos escritores mencionados, a moda afegã foi alimentada por autores de diversos cantos do mundo. Do Brasil, quem anos mais tarde se debruçou sobre o país asiático foi a competente jornalista Adriana Carranca, referência no assunto. São dela os livros "O Afeganistão Depois do Talibã" (Civilização Brasileira) e "Malala - A Menina que Queria Ir Para a Escola" (Companhia das Letrinhas), que ajudam a entender as movimentações que aconteceram por lá entre a invasão norte-americana e a atual retomada do poder pelos fundamentalistas.
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