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Lino Arruda e a autoimagem de pessoas trans
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Na 96ª edição do podcast da Página Cinco:
- Papo com Lino Arruda, autor de "Monstrans - Experimentando Horrormônios" (Rumos).
- A 7ª edição da Puñado.
- A 2ª edição do Viver de Escrever.
- "Palavras Interrompidas", de Marcos DeBrito (Faro), e "Culpa", de Caco Ishak, nos lançamentos.
Alguns destaques do papo com Lino:
Monstros
Acabei encontrando uma figura muito recorrente nas representações desses grupos: a do monstro. Diferentes monstros. King Kong, sereia, vários animais híbridos. Eu acabei também começando a me aventurar a criar uma autorepresentação de algumas dessas histórias centrando a figura do monstro.
Fidelidade
No processo de roteirização, a última HQ, em que narro o encontro com o meu avô, aconteceu exatamente assim. Foi um roteiro que a vida me deu. Só fui lá e desenhei. E, claro, brinquei com algumas palavras, troquei algumas sequências de lugar. Minha maior intrusão nessa história foi editá-la, saber onde parar.
Reelaborar a própria história
Quando fazemos esse movimento de autobiografia, de memória, temos que encarar uma série de momentos, recordações, que acaba sendo uma oportunidade de também reelaborar, refazer essas histórias.
Deficiência física
A ideia da deficiência é o encontro com as pessoas não deficientes. Aí que se cria a deficiência. Aí que você vai tendo que lidar consigo a partir do olhar do outro. Quando criança, não entendia que existia propriamente um problema no meu corpo. Quis colocar realmente essa dificuldade como vindo muito de fora, dessa natureza mais autoritária.
Conflito
O personagem em si não tem esse conflito preexistente, ele vai encontrando isso ao longo da história.
Debilidades em habilidades
Transformar as suas debilidades em habilidades? As pessoas deficientes são extremamente criativas. Elas elaboram vários percursos, várias possibilidades, para conseguir executar suas funções. Acho que é isso que essa frase diz. Pensando no Garrincha: ele foi um jogador fora do comum justamente porque tinha uma condição semelhante à minha.
O contínuo
Fica essa confusão na HQ para fazer essa interrogação: quem sou eu? Como transicionar faz com que você perca até sua história, seu passado. As pessoas trans também foram crianças. Como fazer pontes entre esses momentos opostos da vida e que são apresentados de forma abrupta. "Agora você é homem", como se nunca tivesse tido pontes mesmo, com um contínuo. É entender o corpo e a vivência como um contínuo.
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