Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Felipe Neto e o racismo em Moby Dick: como lidar com livros incômodos?
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Felipe Neto compartilhou a angústia no Twitter: "Queria perguntar uma coisa pra quem entende verdadeiramente de literatura. Vi parágrafos profundamente racistas em 'Moby Dick', continuei a leitura do livro de nariz torcido, estou realmente incomodado. O livro é de 1851. O que é recomendado em casos assim? Como vocês avaliam?".
"Moby Dick" é um clássico de Herman Melville e um dos romances fundamentais da literatura dos Estados Unidos. Ficção com ecos bíblicos e narrada pelo marinheiro Ishmael, nela o leitor acompanha a saga do capitão Ahab para acertar as contas com Moby Dick, enorme cachalote albino que havia destroçado a perna de Ahab numa caçada marítima anterior.
E o que fazer quando nos deparamos com o racismo ou qualquer outra podridão moral nas páginas de um livro, seja ele clássico ou não? Sei que estamos numa época de pouca disposição para lidar com o que é complexo e muito ímpeto para julgamentos sumários acompanhados de gritaria virtual. Mas, ora, se a leitura é boa apesar de (ou graças aos) incômodos, siga em frente. Não creio que alguém largue "O Estrangeiro", de Albert Camus, ao descobrir que está acompanhando os passos de um assassino.
O bom leitor tem consciência de que a arte não está aí para ser um monumento de boas intenções, um manual de conduta, um compêndio de ideias que nos agradam ou uma série de lacrações para chegarmos ao final e tirarmos uma foto para compartilhar nas redes sociais com um "disse tudo! Perfeito". E deixo para educadores e pedagogos a conversa sobre como usar certos livros em sala de aula; a leitura didática não é o foco desta coluna.
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