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Influenciadores são principal fonte dos jovens para escolher qual livro ler
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O que te faz escolher qual livro pegará para ler?
Para 17% do público da 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que aconteceu em julho, indicações de influenciadores presentes em plataformas como YouTube, TikTok e Instagram norteiam essa escolha. Apesar de a tendência ser majoritária entre quem tem de 10 a 24 anos, nos números gerais ela ainda perde para livros relacionados a filmes ou a histórias reais (19%) e empata com as recomendações de amigos. Dicas de pais (11%) ou professores (8%) ficaram razoavelmente para trás.
Quando a pergunta é o que levou o visitante a escolher a leitura mais recente, daí o pessoal da internet tem boa vantagem: influenciavam a opção pelo livro da vez de 28%. É um número muito maior do que o observado na 5ª Edição da Retratos da Leitura no Brasil, feita em 2019, quando somente 3% dos entrevistados (num universo que abrange toda a população, não apenas o público de Bienal) dizia ter tomado a decisão do que ler graças a produtores de conteúdo para as redes. Já no levantamento realizado na Bienal do Rio, também em 2019, o número era de 13%.
É bom? É ruim? Bem, a resposta vai depender da qualidade do trabalho de cada produtor de conteúdo que o povo acompanha. Não seria de boa fé julgar de baciada, levando em conta apenas a plataforma de veiculação desses trabalhos. Há gente boa e ruim falando de literatura pelas redes igual há gente boa e ruim escrevendo sobre livros para mídias tradicionais, como jornais e revistas, ou estabelecidos há um pouco mais de tempo, como portais de internet.
A consolidação dos influenciadores digitais como uma das forças mais importantes nas decisões tomadas pelos leitores é um dos dados mais interessantes da edição da Bienal de São Paulo deste ano da pesquisa Retratos da Leitura em Eventos do Livro e Literatura. Encomendada pelo Instituto Pró Livro e pelo Itaú Cultural, o levantamento feito pelo IPEC ouviu 2 mil visitantes com mais de 10 anos e que não faziam parte de visitações escolares.
A pesquisa indica que a Bienal de São Paulo foi frequentada majoritariamente por jovens (52% entre 10 e 24 anos), mulheres (66%), brancos (61%), mais escolarizados (59% tem curso superior) e com maior nível socioeconômico (76% das classes A e B). Esse público vê o evento como uma espécie de feirão onde buscam por descontos (mencionado por 72% dos entrevistados) e por lançamentos (citado por 39%). É algo para se preocupar: evitando a concorrência de amazons da vida, faria bem para a própria Bienal começar a ser vista mais como um ambiente para experiências culturais do que como um grande shopping ou outlet de livros.
Olhando para o que esse pessoal curte, boas notícias. 76% do púbico da Bienal se diz leitor de Literatura. Dentre os gêneros preferidos, quem lidera é o romance, mencionado por 35% dos entrevistados. Livros juvenis e de contos vêm na sequência, com 8% cada. Histórias em quadrinhos aparecem com 6%. Quem não anda lá muito bem é a poesia, preferência de 2% dos visitantes.
A pesquisa completa pode ser acessada aqui.
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