Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Saramago: vida melhor no Brasil e Nobel para dividir com Jorge Amado
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Entre 1993 e 1994, José Saramago compartilhava com Jorge Amado a expectativa de ganharem o Nobel de Literatura. "Viver com Pilar e telefonarem-me de Estocolmo? Será o impossível possível?", registrou o português em seus diários. Para ele, o impossível se concretizou. Saramago viveu com Pilar del Río, sua companheira até o final da vida, e em 1998 recebeu o telefonema da Academia Sueca para informá-lo vencedor do prêmio daquele ano. Antes disso, em cartas, dividia com o grande amigo brasileiro o sonho do reconhecimento e da bufunfa. "Queres saber, querido Jorge, o que penso? Que o Nobel deveria ser-nos atribuído em conjunto, a ti e a mim, pois claro, metade para cada um. Não haveria solução melhor".
Não sei dizer se é o mais forte, mas a relação de Saramago com Jorge Amado me parece o elo mais bonito do autor de "Ensaio Sobre a Cegueira" com o Brasil. Essa camaradagem fica evidente em algumas passagens de "Saramago - Os Seus Nomes: Um Álbum Biográfico", espécie de ensaio para uma enciclopédia saramaguiana que reúne lugares, leituras, autores, reflexões e amigos que ajudam a contar a história do autor português. Para cada verbete, fragmentos da obra, de outros escritos de Saramago ou de registros de terceiros que relacionam o único Nobel de nossa língua com o assunto da vez.
Publicado pela Companhia das Letras, no livro organizado por Alejandro García Schnetzer e Ricardo Viel encontramos um Saramago que cogita se mudar para este canto do mundo no início da década de 1960. "Estou a encarar francamente a hipótese de ir para o Brasil, à busca de vida melhor, não de melhor vida... É certo que, com quase quarenta anos, não se pode dizer que seja cedo, mas outros para lá têm ido mais velhos e têm vingado".
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