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João Silvério Trevisan: o encontro entre o sagrado, o sexo e a poesia
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"A criação literária implica sempre um distanciamento da realidade tal como nos é apresentada. Eu diria que implica mesmo um repúdio a esse real. Em literatura criamos mundos esquizofrênicos, resultantes de nossas obsessões. Grandes brincadeiras são levadas a sério. Escrever é uma maneira peculiar de ser louco".
É o que lemos numa das entradas do diário que faz parte de "Vagas Notícias de Melinha Marchiotti", romance de estruturas expostas no qual a figura do escritor por trás da obra pode, em visões mais ingênuas, ser confundida com a do autor presente na ficção. Um autor que registra: "Nem mesmo a fome me faria ceder à tentação de elaborar um desses deliciosos (mas ilusórios) romances realistas".
Os toques de autoficção, a história que se faz enquanto a busca por uma história se constitui, a pluralidade de gêneros literários, as rupturas num texto central para entender a diversidade sexual dentro da literatura brasileira. Poderia estar falando de uma obra publicada há pouco. Mas "Vagas Notícias de Melinha Marchiotti", um dos trabalhos mais importantes de João Silvério Trevisan, saiu originalmente em 1984 e retorna agora às livrarias pela Record.
É o livro que está no centro do papo que bati com o Trevisan, nome fundamental na histórica luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+ no país. São de João também títulos como "Ana em Veneza", que está para ganhar nova edição, "Devassos no Paraíso", ensaio sobre como o sexo ajuda a contar a história do Brasil, e "Pai, Pai", pungente relato autobiográfico que não canso de indicar aos leitores.
A presença do sexo na literatura, o gosto pela pornografia em detrimento do erotismo, a recepção (ou a falta de recepção) da obra e o que "Vagas Notícias de Melinha Marchiotti" segue representando quase 40 anos depois de seu lançamento são assuntos do papo que vocês ouvem no episódio.
A foto de Trevisan usada na arte do podcast foi feita por Edmilson Castro.
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