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REPORTAGEM

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A história pelo olhar do escravizado: papo com Ana Maria Gonçalves

Rodrigo Casarin

Colunista do UOL

21/10/2022 04h00

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Com uma saga inspirada pela história de Luísa Mahin, um dos principais nomes da Revolta dos Malês, "Um Defeito de Cor", de Ana Maria Gonçalves, chegou às nossas livrarias em 2006. Nele, o leitor acompanha a vida de Kehinde, garota negra que, ainda aos oito anos, é sequestrada do Reino do Daomé, área que hoje pertence ao Benin, e trazida como escravizada para a Bahia.

Numa narrativa de enorme fôlego (estamos falando de um romance com mais de 900 páginas), encontramos muito dos choques culturais, dos hábitos cotidianos, das religiosidades e das lutas em voga naquele Brasil do século 19.

Tocando em temas hoje centrais em nossa literatura - o combate ao racismo e a ancestralidade, por exemplo - "Um Defeito de Cor" se estabeleceu como um dos livros mais importantes do país neste século. Não por acaso, ficou em sétimo lugar numa lista feita pela Folha de São Paulo com 200 títulos para entender o Brasil.

A nova edição de "Um Defeito de Cor" (Record) que serviu de desculpa para convidar a Ana Maria Gonçalves para o papo. A conversa, como não poderia deixar de ser, girou principalmente no entorno do grande romance da autora. Mas também falamos de "Ancestars", conto afrofuturista que acompanha essa nova edição da obra, marcada por intervenções visuais feitas pela artista Rosana Paulino.

Ao mesmo tempo em que ganha nova roupagem, "Um Defeito de Cor" também inspira uma exposição que está em cartaz no Museu de Arte do Rio e reúne 400 obras de mais de cem artistas.

A foto de Ana Maria Gonçalves usada na arte do podcast foi feita por Leo Pinheiro.

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