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A pornografia e o erotismo na nossa literatura nos últimos 100 anos
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Sérgio Sant'Anna, Hilda Hilst, Rubem Fonseca, Milton Hatoum, Otto Lara Resende, Caio Fernando Abreu, Nelson Rodrigues, Raduan Nassar, Lygia Fagundes Telles e Elvira Vigna. Mas não só. Também Veronica Stigger, Tobias Carvalho, Amara Moira, Ricardo Lísias, José Luiz Passos, Andréa Del Fuego, Cíntia Moscovich, Alberto Mussa, José Falero, Natalia Borges Polesso e Ana Paula Maia.
Esses são alguns dos autores escalados por Eliane Robert Moraes para o novo livro que acaba de organizar: "O Corpo Desvelado - Contos Eróticos Brasileiros (1922 - 2022)" (CEPE). O título já diz muito sobre a obra que é uma continuação de "O Corpo Descoberto", que olhava para os contos sacanas produzidos por aqui entre 1852 e 1922.
Como o erotismo - ou a pornografia, se é que faz sentido tentarmos afastar um termo do outro - foi trabalhado em nossa prosa nos últimos cem anos é um dos assuntos do papo que bati com Eliane. Ela é professora de literatura brasileira da USP, crítica literária das que mais admiro e tem diversos trabalhos nos quais literatura e sexo se entrelaçam. Dentre outros, é a organizadora de "Antologia da Poesia Erótica Brasileira" e "Seleta Erótica de Mário de Andrade".
"Se as ciências e artes, no decorrer dos séculos, se lançaram repetidamente a essa infinda tarefa, vale lembrar que, entre as últimas, a literatura se distingue sobremaneira por uma razão muito particular: sendo a arte que mais se expõe ao fantasma, é igualmente a que parece penetrar mais fundo na opacidade da coisa erótica", escreve Eliane no prefácio do novo livro.
É o penetrar nessa opacidade que está no centro da nossa conversa.
A foto de Eliane usada na arte do podcast foi feita por Renato Parada.
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