Show no Maracanã marcou 'rumo maravilhoso' na vida de Tina Turner

Tina Turner levou um susto quando subiu no palco do Maracanã em 1988. Sim, esperava por um bom público. Mas o que viu estava além do que sua imaginação poderia vislumbrar. Mais de 180 mil pessoas estiveram no estádio para acompanhar a apresentação da turnê do álbum "Break Every Rule".

Tina estava acostumada a cantar para vastas plateias, mas não para algo tão gigantesco como o que lhe aguardava no Rio de Janeiro. "Não dava para ver as pessoas - a multidão era enorme e se estendia pela escuridão -, mas me disseram que havia mais mulheres que homens, e fãs de todas as idades, de adolescentes a avós. Todo mundo estava tão feliz e animado".

Relacionadas

Arte sem manual: o privilégio de viver no mesmo mundo em que Laerte vive

José Falero: Virei outra pessoa quando me tornei leitor

A luta de uma mulher pelas fascinantes marcas da humanidade no sertão

É dessa forma que a artista rememora o show em "Minha História de Amor", relato autobiográfico publicado originalmente em 2018 e lançado no Brasil no ano seguinte pela BestSeller, tradução de Carolina Simmer. Aquela apresentação brasileira foi tão singular que se concretizou como um feito. A plateia era "gigantesca no nível 'bater o recorde do Guinness World Record de mais ingressos vendidos por uma artista solo'", registra.

A cantora ainda lembra de se sentir um pouco intimidada. Chegou a se perguntar: como é que se faz um show para uma plateia tão grande? Não previa que teria tanto trabalho para conseguir cantar, dançar e entreter a multidão.

"Parece que você tem que estar em todos os lugares ao mesmo tempo, correndo de um lado para o outro para se certificar de interagir com todo mundo. Naquela noite, no calor e umidade extremos, me mexi tanto que devo ter perdido três quilos só de suor, e isso foi enquanto usava minissaias".

Na obra, Tina relata que aos poucos desenvolveu técnicas para marcar presença mesmo diante de públicos colossais. Saber ocupar o palco, mexer-se com sabedoria, é fundamental. E, por mais que diversos músicos torçam o nariz para tal parafernália, telões ajudam a encurtar a distância em espaços imensos.

Tina também conta no livro como aquele show no Maracanã pode ser encarado como exemplo de uma guinada importante em sua trajetória, encerrada nessa quarta-feira. "Meu sonho mais louco era ter esse tipo de sucesso - lotar um estádio, entrar no palco e encarar uma multidão, sabendo que as pessoas estavam lá para me ver. Que rumo maravilhoso minha vida tinha tomado".

Assine a newsletter da Página Cinco no Substack.

Você pode me acompanhar também pelas redes sociais: Twitter, Instagram, YouTube e Spotify.

O UOL pode receber uma parcela das vendas pelos links recomendados neste conteúdo.