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Pelourinho abraçado pelos livros: Flipelô merece atenção dos leitores

Flipelô de 2021 - Rodrigo Casarin
Flipelô de 2021 Imagem: Rodrigo Casarin

Rodrigo Casarin

Colunista do UOL

07/08/2023 04h00

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Em junho, após a segunda edição d'A Feira do Livro, que rolou na Praça Charles Miler, em frente ao moribundo Pacaembu, escrevi sobre a alegria de ver mais um evento voltado à literatura prosperar. As Bienais de São Paulo e do Rio de Janeiro sempre recebem muita atenção, bem como a Flip. Mas há diversos outros encontros que alegram bons leitores. A Feira tem se transformado num deles, a Flipelô, como aponto há anos, é outro.

A Festa Literária Internacional do Pelourinho nasceu em 2017, num momento bastante adverso para a cultura no país. Seguiu firme, sobreviveu à pandemia e ao obscurantismo. Agora chega à sétima edição, que rolará entre os dias 9 e 13 de agosto. Organizada pela Fundação Casa de Jorge Amado em parceria com o Sesc, a Flipelô tem toda a sua vasta programação gratuita. Neste ano a homenageada é Mãe Stella de Oxóssi, Ialorixá que escreveu livros como "O que as Folhas Cantam" e "Meu Tempo é Agora".

O evento se espalha por diversos pontos do Pelourinho: Museu Eugênio Teixeira Leal, Teatro Sesc-Senac, Largo Tereza Batista (onde a Vila Literária é montada), Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos... A principal dica para quem estiver por lá é a mesma que dou para outras festas: dê uma boa olhada na programação, selecione as mesas imperdíveis, mas vá com algum tempo de sobra, vá leve, vá solto.

A graça também está em flanar entre um papo e outro. Tomar umas cervejas trocando ideia com os amigos sobre o que acabou de ouvir. Pelo sobe morro e desce morro do Pelourinho, esbarrar em mais gente que vive entre livros. Mais pro final da tarde, não é difícil encontrar autores que participaram da programação tomando alguma coisa pelos bares com mesas na calçada ou no meio-fio.

Recomendo mesmo que cada um revire a programação para criar o próprio roteiro. Em todo caso, separei aqui algumas mesas que, aposto, serão boas. Da parte internacional, destaque para o moçambicano Mia Couto, que já deve ter participado de todas as festas literárias do país, e para a francesa Anne Lafont, historiadora da arte. Dentre os autores nacionais, diversos nomes importantes da literatura e dos quadrinhos: Eliana Alves Cruz, Jeferson Tenório, Joca Reiners Terron, Jefferson Costa, Marcelo D'Salete, João Carrascoza...

Quinta-feira

11h, no Museu Eugênio Teixeira Leal
Uma africana no Louvre
Com Anne Lafont, mediação de Elisangela da Silva, tradução de Michel Colin e apresentação de Vânia Machado.

11H, no Teatro Sesc-Senac
Leitor, qual a sua pegada: humor, ficção ou terror?
Com Ian Frases e Mariana Filgueiras, mediação de Renato Cordeiro

18h, no Museu Eugênio Teixeira Leal
Literatura e liberdade
Com Joca Reiners Terron e Mayrant Gallo, mediação de Lima Trindade

Sexta-feira

18h, no Museu Eugênio Teixeira Leal
Literatura e memória
Com Eliana Alves Cruz e Melo Júnior, mediação de Marcus Vinícius Rodrigues

19h, no Teatro Sesc-Senac
Afrofuturismo: cultura e protagonismo preto
Com Fábio Kabral e Ale Santos, mediação de Silvana Oliveira

Sábado

10h, Vila Literária
Mitos e tradições - adaptando HQs
Com Jefferson Costa e Hugo Canuto, mediação de Faw Carvalho

11h, Teatro Sesc-Senac
Dores e afetos
Com Jeferson Tenório e João Carrascoza, mediação de Suzane Costa

14h, Teatro Sesc-Senac
HQ e nossos super-heróis negros
Com Anderson Shon, Marcelo D'Salete e Estevão Ribeiro, mediação de Renato Cordeiro

19h, Teatro Sesc-Senac
Uma conversa sobre o livro: As pequenas doenças da eternidade
Papo entre Mia Couto e Luciany Aparecida

Eu também estarei por lá. No sábado, entre 10h e 12h, ministrarei uma oficina sobre criação de podcast literário. Antes, na sexta, faço o meio de campo do papo a respeito de literatura e games com Diego Lourenço e Thais Weiller. E no domingo participo da conversa "Leio, logo posto" ao lado de Pedro Pacífico, o Bookster, e Eliz Oliveira, do Nossa Literatura. As duas mesas acontecem às 14h, no Teatro Sesc-Senac.

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