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Opinião

De João do Rio à Palestina: dez mesas para acompanhar durante a Flip

A Flip, festa literária mais famosa do país, começará nesta quarta-feira (9) e irá até o domingo (13). Esta 22ª edição tem curadoria de Ana Lima Cecilio. O escritor homenageado da vez é o jornalista e cronista João do Rio — escrevi a respeito dele aqui.

A minha relação de dicas para o dia a dia em Paraty durante a Flip está na newsletter. Hoje, olho para mesas tanto da programação principal quanto paralela para sugerir alguns papos que valem o seu tempo.

O desafio é grande e muita, mas muita coisa mesmo, ficou de fora. Vai para a Flip? Então use o guia abaixo como ponto de partida, mas dê uma boa olhada no restante da programação dos lugares citados e também de outros que não aparecem entre as sugestões, apesar de prepararem boas atrações. Falo de espaços como o Sesc Santa Rita, os das editoras Record e Malê e as casas CCR, Estante Virtual e Pagã, isso só para ficar em alguns exemplos.

Se já estiver por Paraty na quarta, boa pedida é assistir à mesa de abertura da programação principal, com o historiador Luiz Antonio Simas falando sobre João do Rio. Será às 19h30. Sempre vale a pena ouvir o Simas.

Minhas sugestões estão desequilibradas, sei disso, especialmente pela quantidade de dicas para a quinta-feira (10). Que cada um pesque o que parecer oportuno e encaixe na própria agenda.

Ou, se quiser seguir tudo o que recomendo, pode ser uma boa aproveitar a sexta (11) para pegar uma praia durante o dia e ir para o Centro Histórico no começo da noite, a tempo de ver a conversa com Atef Abu Saif.

No sábado (12), a julgar pelo que li do francês Édouard Louis, o apressado "Quem Matou Meu Pai" (Todavia), dispensaria numa boa a mesa apontada como a de gala. Pensaria em outros rolês para o começo da noite. E os domingos de Flip são sempre um tanto melancólicos, a hora de dar a última circulada sem grandes compromissos antes de voltar pra casa.

Quinta, dia 10

Pssica - Os desafios da adaptação
14h: Casa de Histórias
Com Elisabetta Zenatti, Andrea Barata Ribeiro e Edyr Augusto, mediação de João Batista Jr.
Por quê? Vocês já leram Edyr Augusto? Não? Então leiam. É um dos melhores escritores em atividade no país, bem menos reconhecido do que merece. "Pssica" (Boitempo) é uma boa porta de entrada para sua obra. O romance breve e frenético está para virar série, daí o papo do escritor com duas profissionais do audiovisual.

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Fantasia e terror à brasileira
15h: na Casa SeteSelos
Com Luiz Antonio Simas e Oscar Nestarez, mediação de Ana Rüshe.
Por quê? Encontro bem pensado: um historiador que manja muito de lendas populares pelo país, o Luiz, e um escritor e pesquisador que se debruça sobre a literatura de terror com especial interesse pelo Brasil e pela América Latina, o Oscar.

A alma encantadora da crônica: um passeio pelo gênero a partir de João do Rio
16h: na Casa da Cultura
Com Marcelo Moutinho, Gaía Passarelli e Beatriz Resende.
Por quê? Não é de hoje que Marcelo Moutinho é um dos principais cronistas do país. Gaía Passarelli desponta na crônica feita via newsletter, modelo onde muita coisa boa tem rolado. Juntos com a crítica literária Beatriz Resende, devem fazer uma boa mesa sobre o gênero no qual João do Rio se destacou.

A língua viva
18h30: Casa de Histórias
Com Amara Moira e Jana Viscardi, mediação de Cris Fibe
Por quê? Encontro da linguista Jana Viscardi com a escritora e pesquisadora Amara Moira, que repudia a ideia de uma literatura domesticada e explicadinha, coisa rara em nossos dias.

Por que e como falamos de literatura
18h35: na Casa Publishnews
Com Rogério Pereira e Pedro Pacífico, mediação de Talita Facchini
Por quê? Dois autores que têm a história entrelaçada à literatura de formas bem distintas. Pedro é influencer, Rogério é editor do Rascunho, jornal impresso com mais de 20 anos de história. Do contraste, inclusive na proposta de escrita de cada um, pode sair uma conversa, digamos, peculiar.

Tornar-se Palestina
19h: na Casa Paratodos
Com Mariana Sanchez e Laura Di Pietro, mediação de Paula Carvalho
Por quê? Mariana traduziu "Tornar-se Palestina", livro de Lina Meruane (Relicário) sobre a nação hoje massacrada por Israel. Já Laura é editora da Tabla, especializada em norte da África e Oriente Médio, que publica autores fundamentais para compreendermos o histórico daquela região nas últimas décadas.

Sexta-feira, dia 11

Não existe mais lá
19h: Tenda dos autores
Com Atef Abu Saif e Julia Dantas, mediação de Bianca Tavolari
Por quê? Autor de "Quero Estar Acordado Quando Morrer" (Elefante, tradução de Gisele Eberspächer), Saif assumiu em 2019 o posto de ministro da Cultura da Autoridade Nacional Palestina e estava em Gaza quando a região começou a ser dizimada por Israel. Autora de "A Mulher de Dois Esqueletos" (Dublinense), Julia viu parte de sua vida ser destruída com as recentes enchentes de Porto Alegre - e relatou parte do horror aqui.

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Sábado, dia 12

Sagradas e profanas
15h: na Tenda dos autores
Com Gabriela Cabezón Cámara e Arelis Uribe, mediação de Stephanie Borges
Por quê? Porque Gabriela Cabezón Cámara é autora de "As Aventuras da China Iron" (Moinhos, tradução de Silvia Massimini Felix), um dos melhores livros publicados por aqui nos últimos anos.

A memória dos homens
17h: na Tenda dos autores
Com Mohamed Mbougar Sarr e Jeferson Tenório, mediação de Rita Palmeira
Por quê? Justificativa quase igual. Porque Mohamed é autor do excelente "A Mais Recôndita Memória dos Homens" (Fósforo, tradução de Diogo Cardoso). E estará acompanhado de Tenório, um dos principais escritores em atividade no país.

Ficção + Memória [Plaquetes]
18h30: na Casa de Histórias
Com Eliana Alves Cruz, Felipe Charbel, Priscila Sztejnman e Stephanie Borges, mediação de Cláudia Lamego.
Por quê? Um bom time de autores para conversar sobre uma das vertentes mais exploradas pela literatura contemporânea.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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