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Pedro Antunes

Com Francisco, el Hombre, Sidney Magal resgata fervura em 'Vou Pra Cima'

Arte do single da Francisco, el Hombre com Sidney Magal - Reprodução / Instagram
Arte do single da Francisco, el Hombre com Sidney Magal Imagem: Reprodução / Instagram

Colunista do UOL

11/12/2020 07h26

Sem tempo?

  • A banda Francisco, el Hombre acabou de lançar uma música com Sidney Magal
  • A nova faixa, chamada 'Vou Pra Cima', tem uma vibe e/ou inspiração em 'O Meu Sangue Ferve Por Você', clássico do Magal dos anos 1970
  • "Se tem algo que sempre marcou a minha carreira, foram as reinvenções", diz Magal à coluna
  • Esse é o sétimo single lançado pela Francisco, el Hombre em 2020 - e pode ser ouvido abaixo ou nas plataformas digitais

Sidney Magal talvez não soubesse, mas, a partir de 2015, em algum palco (no Brasil, na América Latina ou onde quer que fosse), a Francisco, el Hombre fazia o suor escorrer com uma versão expansiva de "O Meu Sangue Ferve Por Você".

A faixa, hit máximo do artista carioca, foi lançada no álbum de estreia de Magal, em 1977 - ou seja, 38 anos antes da banda mezzo brasileira, mezzo mexicana (e deliciosamente 100% latino-americana) passar a executá-la nos shows.

Se você já testemunhou uma experiência como essa - o show da Francisco, el Hombre com uma versão de "O Meu Sangue Ferve Por Você" -, sabe do que estou falando: gritaria, gente pulando, abraços, suor trocado, uma aglomeração gostosa que chega a encher a gente de saudade.

"Acaba sendo mais do que uma música pra alguém, e sim, uma música do amor pela vida, pelo coletivo, pela catarse coletiva, uma alegria, o amor por viver. E a música [Vou Pra Cima] é sobre isso, sobre querer viver mais, aprender mais.
Mateo Piracés-Ugarte, da Francisco, el Hombre

Pois é isso: essa lembrança (misturada com a falta que você pode sentir desses momentos de quentura durante o isolamento social) está em "Vou Pra Cima", novíssimo single da Francisco, el Hombre, em uma parceria inédita com o cantor, no ano em que ele comemora 55 anos de carreira.

O gancho para a criação da música, assinada pela banda e pela cantora Luê, vem de um desejo pela vida.

Mateo dá a letra: "Durante a quarentena, na época do meu aniversário, veio muito forte o sentimento de que eu queria viver e aprender mais. Foi daí que surgiu a ideia da volta ao sol e da vontade de querer dar mais voltas em torno dele."

Já Magal, em contato com a coluna, quer mais é ver o sangue ferver por aí. De amor, é claro.

Fazer o sangue ferver, seja pra si ou para o próximo é um ato puramente enérgico, pois há um sentimento de amor envolvido neste processo. E sobre "Vai Pra Cima", com certeza, há uma energia de igual pra igual com Meu Sangue Ferve, neste sentido que precisamos sempre estar com a energia vibrando na positividade, ainda mais num momento como este, onde muitas pessoas encontram-se, digamos que, pra baixo.

Sidney Magal - Marcos Hermes / Divulgação - Marcos Hermes / Divulgação
Sidney Magal
Imagem: Marcos Hermes / Divulgação

Para Magal, a turma da Francisco, el Hombre está no patamar de "coisa boa" da música brasileira e ele, com 70 anos, se diz cercado de juventude.

O filho e empresário Rodrigo West, por exemplo, é o responsável por apresentar as novidades.

Se tem algo que sempre marcou a minha carreira, foram as reinvenções. O meu público está se reinventando também, nos shows recebemos muita gente jovem que cresceu com o Magal apresentado por avós, mães, tias... então é natural que seja um público também muito antenado com o que há de novo no mercado da música

Reiventado, Magal mantém a voz inconfundivelmente charmosa.

Entrega aqui o grave que treme o gogó e retumba, acompanhado pelas vozes da banda (Sebastianismos, Ju Strassacapa e o citado Mateo). Juntos, cantam um amor pela vida, daqueles de explodir o peito e fazer o corpo dançar.

E os arranjos da faixa, com sintetizadores no talo e as deliciosas progressões de guitarra, convidam justamente para esse baile.

Mesmo que solitário, na cozinha de casa, enquanto se passa um café para começar a sexta-feira (como eu farei assim que publicar este texto).

A faixa, disponível em todas as plataformas digitais desde a meia-noite de hoje (11), é o sétimo lançamento do grupo em 2020, que incluiu músicas inéditas (como as belíssimas "Juntos, Nunca Sós", com Luê, e "Despedida"), e versões (da inédita "Bebemorando", de Adoniran Barbosa, e "Brasil Pandeiro", hit dos Novos Baianos).