Vale a pena Nego do Borel lançar uma música ruim sobre recomeçar?
Sem tempo?
- Denunciado por abuso, Nego do Borel lançou uma música nova hoje (22)
- Na faixa, 'Recomeçar', o artista fala sobre um relacionamento que chegou ao fim.
- "Todos podem recomeçar", escreveu Nego do Borel no post de Instagram que celebrava o lançamento da faixa.
- A questão, meus jurados da internet favoritos, é: já era hora de lançar música?
Se você acessou o UOL nas últimas semanas é certo que cruzou com os nomes de Nego do Borel e Duda Reis.
Isso porque o relacionamento deles chegou ao fim com Duda apresentando detalhes da vida do casal, com denúncias da parte dela sobre abusos dele. A história foi parar até no Fantástico, da TV Globo.
Duas semanas depois da exposição toda, Nego do Borel lança uma música com o nome sugestivo de "Recomeçar".
Na letra, ele canta sobre arrependimentos e cita até as boas lembranças de um relacionamento.
Em nenhum momento ele diz se tratar de uma música sobre a história que viveu com a influenciadora Duda Reis, mas talvez nem precise. Quando ele diz "todos podem recomeçar", no post de Instagram no qual anuncia a chegada da música às plataformas digitais, tudo fica bem claro.
Do ponto de vista musical (tirando a canção do contexto e analisando-a por si só), "Recomeçar" é frágil, tem flow truncado, em que as palavras, por vezes, não cabem no andamento da música. Tudo soa desconjuntado.
Para piorar, se você ouvir com atenção, toda a melodia do refrão de Nego do Borel segue a harmonia de "Tá Rocheda", dos Barões da Pisadinha, mas em um ritmo lento, com camadas de violão e uma pegada de R&B acústico de churrascaria.
Veja se a semelhança não é, no mínimo, curiosa:
No vídeo do Nego do Borel, o refrão começa do tempo 0'53'':
Já na música dos Barões da Pisadinha, o trecho se inicia em 0'50''.
Pisadelas a parte, a pergunta que faço, meu jurado da internet, é: o que Nego do Borel tem a ganhar uma canção que soa como uma resposta musical ao turbilhão que tem vivido?
Me parece simples. Views. Likes. Números.
É o mal da internet. Tudo é contabilizado e tem valor. Alguém expõe algo e os números de engajamento vão para as alturas. Aquele que é cancelado leva a pancada virtual, mas também vai parar nos trending topics do Twitter.
A resposta musical dele (com uma música mais frouxa do que o elástico da minha meia favorita que uso toda semana pelos últimos 14 anos, ainda por cima), não trata do que aconteceu e só capitaliza com a exposição.
Se é bom para ele ou não, os views que podem dizer.
Mas uma coisa que tenho certeza é: Gusttavo Lima já pode buscar o diploma de professor na arte de transformar as crises em likes.
Se você não entendeu a citação ao cantor sertanejo, dá uma olhada no texto do Fefifo, nobre colega colunista de Splash, que vai ficar mais fácil.
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