Novo som da Liniker faz a gente querer aglomerar a dois
Sem tempo?
- A cantora Liniker lançou o segundo single da carreira solo.
- Em Baby95, ela canta aquele amor gostosinho que a gente não quer ver acabar, ancorado em influências que vão do jazz ao pagode90.
- Muitas pagodeiras e pagodeiros encontraram no R&B um caminho para traduzir o romance na nossa língua, diz Liniker
- Baby95 sucede a música Baby, lançada em outubro de 2020.
- As duas faixas estarão no álbum solo da Liniker, a ser lançado no segundo semestre de 2021, com o selo Boogie Naipe e distribuição da Altafonte.
- Fica um pouco mais? Se você já ouviu ou disse essa frase, sabe do que se trata Baby95.
Sabe aquela vontadezinha de ficar com alguém que não passa?
Daquelas que ficam, mesmo. Corpos juntos. Uns tragos. Amor gostosinho, entre sussurros, risos e sorrisos. Dormir de conchinha, fazer do braço um travesseiro e querer que a pessoa ainda esteja ali no dia seguinte.
Liniker faz da vontade louca de aglomerar a dois a força propulsora de "Baby95", um pagode rococó, amplificado pela potência soul da voz da cantora e pela produção de Julio Fejuca e Gustavo Ruiz. A faixa está disponível nas plataformas digitais, lançada pelo selo Boogie Naipe e distribuída pela Altafonte.
É a segunda música desvendada do novo álbum da Liniker, a ser lançado ainda em 2021.
A cantora segue como artista solo depois do rompimento da parceria com a banda Os Caramelows (que rendeu dois ótimos álbuns, cada um com características próprias de um grupo que estava começando).
Experimental e extremamente reconhecível por conta dos símbolos do pagode e soul noventista, "Baby95" faz nosso peito explodir de amor e/ou saudade (depende do seu status amoroso atual, imagino). Tem muito de pagode90 ali, assim como daquele soul brasileiro de Sampa Crew, misturados às possibilidades estéticas jazzísticas e sem cabresto.
Como diz a própria Liniker:
"Muitas pagodeiras e pagodeiros encontraram no R&B um caminho para traduzir o romance na nossa língua. Daí, veio a minha vontade e inspiração para ressignificar o que eles já faziam nos anos 1990. A produção musical do Julio Fejuca e do Gustavo Ruiz colaborou muito nesse sentido. Eles abordaram cada detalhe daquele universo, partindo da linguagem e atualizando para o agora"
O novo single é sucessor de "Psiu", lançada no final de outubro de 2020, também produzido por Fejuca, Ruiz e pela própria Liniker, e também mais expansivo.
"Psiu" tratava de um amor tímido, contido e a conta-gotas. Tipo aquela troca de mensagens iniciais de um relacionamento, em que o par ainda tateia onde pisar, como se mostrar interessante e interessado, sabe?
"Ei, psiu, vamos nos ver?".
Já "Baby95" até tem o mesmo início tímido do antecessor, com um tecladinho sintetizado e chegada dos sopros sussurrando a efervescência que vem depois.
A canção cresce, vive, explode. Nasce tímida como uma tarde daquela aglomeração gostosa a dois, de reencontro, que vira noite, que vira dia de novo, que vira cheiro de café coado e pão com manteiga derretida.
"Não vai. Fica um pouco mais".
Se você já ouviu ou disse essa frase, sabe o quentinho que dá no coração. "Baby95" é isso.
Vida de atriz
Falei com Liniker na época da separação com a banda Os Caramelows. Entre as falas e planos, ela dizia: "Não me enxergo mais em um lugar artístico só de uma cantora".
Quando começou com Os Caramelows, inclusive, estudava teatro e tinha o sonho de ser atriz.
Aí que está. O ano de 2021 também traz a estreia dela no novo ofício, ao ser a protagonista Cassandra", na série "Manhãs de Setembro", a estrear no Amazon Prime Video em 25 de junho.
"Sou feita de misturas, de camadas e muitas coisas me inspiram. Seria injusto para o meu processo artístico me dedicar apenas a um único tipo ou estética musical. Eu me dou bem na multiplicidade. Não é nem questão de se dar bem, na verdade, acho que eu estou mais disponível a investigar coisas e formas."
No vídeo acima, Liniker canta "Manhãs de Setembro", eternizada pela enorme Vanusa. "Fui eu que num esforço se guardou na indiferença." Puts, que coisa mais bonita.
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