Molecada nascida depois de 2001 nos lembra por que amamos The Strokes
Sem tempo?
- Quando os The Strokes surgiram, o mundo vivia o marasmo da virada de século.
- Nada acontecia. Tudo era igual. Até o surgimento de Julian Casblancas e seu cabelo perigosamente desajustado.
- Com "Is This It", o álbum de 2001, o grupo fez história e marcou o surgimento de uma nova geração de bandas com guitarra.
- Mas passados 20 anos, como estamos todos? Bom, estamos 20 anos mais velhos, com menos pique para noitadas e coisas assim.
- Mas há uma nova geração de bandas prontinha para mexer com as coisas como as conhecemos, carregando consigo o DNA do The Strokes.
Quando The Strokes surgiu, era a época da virada de década, de século, de milênio. O mundo tinha duas opções, naquela época: acabar ou mudar completamente.
Mas nada disso aconteceu. Não houve bug do milênio e seguimos vivendo nossas vidas miseravelmente como antes dessa história.
Por isso, quando os burburinhos a respeito desta nova banda cool de Nova York tomaram a internet discada brasileira, tudo pareceu mudar. Quando a MTV passou a exibir "Last Nite", o clipe, nas madrugadas, o The Strokes realmente pegou.
Enfim, uma novidade, um rompimento com o status quo.
Eles eram disruptivos. Eles não ligavam para roupas novas. Eles não lavavam os cabelos e talvez sequer soubessem do hábito de tomar banho todos os dias. Eles sabiam festejar.
Acima de tudo, eles eram cool. E todo jovem do início dos anos 2000 queria ser como eles.
"Is This It", lançado em 2001 (em diferentes datas para cada país), foi talvez o último grande disco de rock. Não inventou a roda completamente, mas recuperou a estética proto-punk, os solos de guitarra simples e melódicos, a bateria estourada e os vocais gravados como se estivéssemos dentro de um banheiro público.
Surgiu, na onda, uma geração enorme de bandas de guitarra. Testemunhamos a ascensão e também a queda do gênero, quando artistas pastiches tentaram emular aquela rebeldia chique do início da década passada sem qualquer talento.
Vinte anos se passaram. E até mesmo Julian Casablancas não tem muito saco para falar de Strokes (fez careta quando perguntei sobre a banda, em 2014, mas conto essa história em um post no futuro) e reclamou disso na letra de "Undercover of Darkeness" (ao cantar "everybody is singing the same song for 10 years", dez anos depois de "Last Nite").
Não dá para julgá-lo. A idade chega. E a gente cansa, mesmo.
Mas o legado de The Strokes e de "Is This It" está vivo em geração de bandas que talvez nem sequer tinha nascido quando o álbum propôs sua revolução roqueira.
Eis que a revista DIY convocou artistas descolados para reproduzirem, na sua maneira, as músicas do álbum de estreia do The Strokes.
E você pode não conhecer esses grupos, achar os nomes engraçados e o som estranho. Ainda assim, estes são parte da linhagem direta iniciada em "Is This It", como filhos do Strokes (talvez enteados ou até netos, já que alguns são realmente novinhos).
O rock inspirado pelo The Strokes 20 anos atrás se ramificou. O que era uma cena só de garotos brancos e ricos hoje é mais diversa em gênero e em escolhas estéticas e artísticas. Mesmo diferentes entre si, estes artistas carregam uma dose de "Last Nite" no seu DNA.
E são eles, gente como WOOZE (responsável por "Is This It") Buzzard Buzzard Buzzard (que refez "Soma"), Master Peace (com uma gentil interpretação de "Someday") e Pixey (com a urgente "Take It Or Leave It"), que nos lembram de como os Strokes eram ótimos e energizantes.
Mesmo que hoje em dia a gente não aguente tomar mais do que um par de cervejas sem acordar com ressaca no dia seguinte - imagine, então, festejar como mandavam as letras daquele álbum.
No máximo, o verso que realmente nos representa na atualidade está em "Someday": "They'll miss the good old days".
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