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Pedro Antunes

Disco da Juliette é o acontecimento musical brasileiro do ano. Goste ou não

Colunista do UOL

13/08/2021 11h44

Sem tempo?

  • Desde a passagem pelo BBB 21, Juliette mostrava algum talento para o canto e o desejo de seguir nesta carreira.
  • Vencedora do reality, ela cantou em lives de Wesley Safadão e de Gilberto Gil e dividiu multidões: quem amou, amou; quem odiou, reclamou.
  • Agora, a vencedora do BBB 21 anunciou um EP com 6 músicas e o mercado já ficou em polvorosa.
  • Anitta, inclusive, disse que a amiga pode parar nas paradas globais. Será?
  • Por aqui, o pessoal já aposta em qual será a sonoridade do trabalho.
  • E a verdade (inconveniente) é que ninguém passará incólume ao lançamento do maior fenômeno de popularidade do Brasil do ano.

Juliette não escondeu o gosto por cantar. Foi assim durante sua estadia em Curicica, onde ficou hospedada durante os 100 dias que mudaram a sua vida na disputa do Big Brother Brasil 21.

Quando o fez, ali na casa mais vigiada do Brasil, estourou. "Deus Me Proteja", de Chico César, por exemplo, entrou no ranking viral do Spotify após a cantoria da mãe-cactos (existe esse termo?).

Quando entoou os versos absolutamente rasgados e assombrosamente biográficos para o que vivia no BBB 21 de "Triste, Louca ou Má", do grupo Francisco, El Hombre, também elevou os números da faixa e levou essa música a lugares que ela ainda não tinha alcançado, apesar de ter recebido destaque na trilha de "O Outro Lado do Paraíso", da TV Globo.

Ninguém precisa ser especialista em redes sociais e métricas virtuais para entender que hoje não há maior influenciador digital do que a campeã do BBB 21. E todos querem um bocadinho desse engajamento milagroso.

Na gloriosa caminhada da vitória do reality, choveram convites para participações em músicas, em lives, em clipes.

Juliette foi seletiva. Cantou com Wesley Safadão, Elba Ramalho e com Gilberto Gil - nesta, fez o gigante da MPB chorar, veja só.

Em ambas, gerou comoção. A turma que detestou, reclamou. A turma que amou, louvou-a ao tamanho de uma divindade.

Agora, lá vem um disco. Ou, como o pessoal da música gosta de falar, um EP (sigla para "extended play", um trabalho não é tão longo como um álbum completo, o tal "long play" ou LP).

Ela publicou no Instagram o que parecem ser os títulos das faixas deste trabalho que será lançado ainda neste semestre.

São elas:

  1. "Bença"
  2. "Diferença Mara"
  3. "Doce"
  4. "Sei Lá"
  5. "Benzin"
  6. "Vixe Que Gostosa/o" (não consigo distinguir a última letra, o que pode ser proposital)

A amiga Anitta, responsável por abrigar Juliette após a saída do BBB 21 e ofereceu a ela espécie de fast-mentoria nesta ascensão à fama, foi ao Twitter dizer que quem ainda planejava fazer sucesso em 2021 pode tirar os cavalinhos da chuva porque a logo mais só vai dar Juliette.

E além de um meme da rainha Gretchen, também disse "alô, mundo, vocês conhecerão o poder da nossa Juliette", ou coisa assim.

Querem saber? Anitta tem toda a razão.

Juliette é o grande acontecimento do entretenimento brasileiro. Tem engajamento nas redes para levantar multidões, um sorriso que funciona incrivelmente bem e apresentou durante a estadia no reality uma humanidade que o brasileiro possivelmente precisava naquele período em que completávamos um ano de pandemia e havia uma sensação de inerência no ar.

Portanto, repito o título aqui:

Juliette será o grande acontecimento da música brasileira.

Torça você o nariz ou não. Será louvada, será criticada, será propositalmente ignorada, mas este EP não passará despercebido. Todos farão reviews, cada faixa e cada verso serão esmiuçados. Farão análises pop das divas, farão resenhas sob o prisma erudito da MPB mais classuda.

Não tem jeito. Juliette, na vida pós-BBB, não faz nada mais anonimamente (o que, convenhamos, deve ser exaustivo pra ela, mas é motivo para outro texto).

Inclusive, as apostas para a sonoridade deste disco já começaram.

(A minha é, por enquanto, está na ideia de que será um trabalho de "foforrolk", um híbrido forro e folk fofo que tocará em playlists de pop leve e de música brasileira. Cobrem-me depois).

Ou seja, Juliette tem tudo pra ser uma espécie de novo Norvana, do meme abaixo que jamais envelhece.

Você pode reclamar comigo aqui, no Instagram (@poantunes) ou no Twitter (também @poantunes).