Com música antivacina, Eric Clapton dá trabalho para os passadores de pano
Eric Clapton, o segundo maior guitarrista da história (segundo eleição de 2015 da Rolling Stone EUA), lançou uma música frágil e pouco inspirada. O que não seria um problema porque até os gênios da música erram, aqui e acolá. A questão é outra.
Durante a pandemia de Covid-19, Clapton voltou a mostrar o lado "não-músico" dele. E esta figura, meus vacinados, é assustadora e problemática, como escrevi na coluna em novembro de 2020.
"This Has Gotta Stop" é uma canção antivacina, como aponta a Variety. A faixa, disponível no YouTube e nas plataformas de streaming, é a mais recente atitude do artista de 76 anos contra as medidas preventivas contra a covid.
"I can't take this B.S. any longer / It's gone far enough", canta Clapton (em tradução livre algo como: "Eu não aguento mais essa bobagem / Foi longe demais".
Ainda na letra, Clapton afirma ter problemas em mexer as mãos e reclama de crises de suor. Estas duas reações foram sentidas pelo guitarrista quando tomou a primeira dose de vacina, em maio de 2021. "Minhas mãos e meus pés estavam congelados, dormentes ou queimando", escreveu ele na época.
O vídeo, todo em animação, transforma pessoas em marionetes ou zumbis olhando para os celulares. Há políticos com coroas e manifestantes com placas pedindo "liberdade". Ainda, há uma ilustração de Jam for Freedon, um grupo anti-lockdown apoiado por Clapton e imagens do planeta em chamas.
Recentemente, Clapton se juntou a Van Morrison em uma música também anti-lockdown, chamada "Stand and Deliver" e afirmou, há poucos dias, que não se apresentará em casas e arenas que exigirem comprovante de vacinação para o público.
É bom lembrar que os shows da vindoura turnê de Clapton em setembro nos Estados Unidos serão em lugares fechados.
Com histórico de comentários racistas e xenófobos no final de 1976, Clapton não surpreende ninguém com a temática de "This Has Gotta Stop". A diferença, desta vez, é que nem qualidade da música não salva a pele do guitarrista aqui, como fez tantas outras vezes.
Com uma letra que reúne um punhado de pensamentos desconexos, cantados de forma quase monotônica e acompanhados por violão e guitarra pouco inspirados, além de um tecladinho tirado de karaokês da Liberdade, a nova música dará trabalho para quem ainda tenta passar o pano para o artista.
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