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Porta dos Fundos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Uma ode à palavra com B que não pode ser nomeada (e quer dizer vagina)

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Imagem: Reprodução

Thatiana Guimarães

Colunista do UOL

16/07/2022 11h00

O Porta dos Fundos demorou 10 anos para falar de buceta com o protagonismo devido. Uma vanguarda atrasada em milhões de anos, já que o órgão sexual feminino é notoriamente mais eficaz do que o masculino. Só para citar um exemplo prático: bucetas se limpam sozinhas, enquanto homens perdem o pau por falta de higiene básica.

Até a palavra é polêmica! Eu gosto de escrever assim, com U, "BUCETA", para fortalecer esse neologismo tão nosso. Mas algumas pessoas acham a palavra agressiva. Me lembro de quando era criança levar um chute entre as pernas em uma brincadeira e berrar "Ai, minha buceta", para ser imediatamente repreendida pelos meus pais. Acho que o correto seria gritar "Ai, minha Voldemort", aquela que não deve ser nomeada.

Eu acho a palavra buceta poderosa, é como um grito de liberdade abafado por anos de crenças construídas para acharmos que ela é feia e errada, tudo por medo de que a gente se apodere da nossa força. O medo da palavra é tanto que ao invés de ouvir Kate Bush, a Max poderia só gritar buceta 3 vezes para espantar o Vecna.

A buceta certamente é porta de entrada para complexidades mais pesadas. E vamos combinar que além de tudo, ela é discreta e elegante, como um gato. Diferente de um pau, que está mais para um labrador, que chega babando e batendo a cabeça em tudo, só que sem a fofura. E digo mais, Elon Musk só vai conseguir chegar a Marte se desistir dessa piroca voadora e investir na aerodinâmica de uma buceta.

Para finalizar essa ode a buceta quero celebrar a chegada da Celeste, filhinha do Greg e da Giovanna, que veio para consolidar a supremacia feminina naquela casa. Agora é que a buceta vai cantar igual bola de festa esvaziando, como brilhantemente interpretada por Thati Lopes, no esquete dessa semana, que para mim não é uma releitura, mas sim uma evolução do esquete clássico "Rola", parte das comemorações de 10 anos do Porta.

BÔNUS: Criei uma playlist especial cheia de bucetas poderosas para te lembrar desse poder supremo, clique aqui e aprecie!

*Thatiana Guimarães é roteirista e cota de buceta do Porta dos Fundos. No Instagram: @thatisuigeneris