Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O casamento é a pior invenção do mundo moderno
Certamente quem inventou o casamento não se casou. As pessoas adoram casar. Um evento cheio de tradição e superstições. Mas tudo começou como um grande contrato, visando manter as grandes fortunas nas mãos de poucos. Princesa menor de idade sendo obrigada a casar com um velho rico para salvar a família da falência é tema de uma infinidade de filmes, inclusive para crianças.
Casar é um acordo. É quando você decide que a partir do momento em que você trocou as alianças, você vai dividir a cama, o banheiro e o humor do parceiro. Não é fácil, é preciso ter bastante resiliência. E nem estamos falando em monogamia.
Antes de gastar uma grana, mobiliando uma casa, você gasta uma grana fazendo uma festa, que você vai passar o tempo todo tirando foto e sempre vai ter alguém reclamando da música ou do salgadinho. Antigamente, as pessoas faziam essas grandes festas de casamento para ostentar o poder dessa união para a sociedade. Hoje está valendo mais, além de ser muito mais barato, mudar o status da sua rede social apenas.
Concordo que quando alguém dá o nome casamento a vontade de estar junto com alguém e ainda ter que assinar, literalmente, um contrato de amor eterno, que o caldo começa a engrossar. Colocaram cartório e igreja no que deveria ser só amorzinho. É aí que o filme da princesa vira filme de terror. Casar custa caro, mas divorciar também tem seu custo. E a divisão do que o que é meu e o que é seu leva tempo. Também gostaria de saber quem teve a brilhante ideia de privar um casal da individualidade. Com certeza foi alguém do cartório.
Casamento tinha que ser poesia, até a primeira toalha molhada na cama. E fazer as pazes porque tem que ver a mesma série juntos ou procurar um encanador para a pia do banheiro. É pensar que o outro ainda não almoçou, e mandar mensagem lembrando. É licença para transar em paz, até a cobrança para terem filhos. É nunca mais dormir sozinho, e descobrir que seu parceiro tem um chulé delicioso.
Mas por enquanto o casamento está mais para piada. Como a famosa de que a Avenida Paulista é como o casamento, que começa no bairro do Paraíso e termina na Consolação.
Pego pensando, será que um dia teremos uma manifestação na Avenida Paulista pedindo a mudança do votos de casamento. De amar na doença, ser fiel até que a morte separe, para "...que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure". Isso seria poesia ou piada?
Para melhor esclarecer de onde vem a origem dessa palavra tão temida, assista o vídeo de hoje do Porta dos Fundos e decida se vale a pena ou não juntar as escovas de dente.
*Pedro Uchoa é assistente de roteiros do Porta dos Fundos, no Instagram: @pedrouchoam
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