Eliana brilha em estreia, mas Saia Justa segue sendo um formato desgastado
Com trinta anos de televisão e uma carreira dedicada a falar com uma audiência mais popular, Eliana não parecia a escolha mais óbvia para comandar o "Saia Justa", que sempre priorizou nomes considerados mais intelectualizados em sua liderança, como a jornalista Monica Waldvogel e a apresentadora Astrid Fontenelle. Em sua estreia à frente de um dos programas mais longevos e prestigiados da TV fechada, Eliana dissipou qualquer desconfiança que ainda poderia haver sobre sua performance à frente do "Saia Justa", uma atração que, historicamente, dialoga com as classes A e B.
A ex-apresentadora do SBT mostrou-se segura e muito confortável de expor a própria intimidade e emitir opiniões, um lado que nunca explorou com profundidade nos programas de auditório. Dosando bem descontração e emoção, Eliana ainda soube distribuir o protagonismo do "Saia Justa", deixando Rita Batista, Tati Machado e Bela Gil, suas companheiras de sofá, brilharem. Apesar de uma certa timidez ter dominado o primeiro bloco do programa, o quarteto de apresentadoras estava entrosado e logo se soltou ao longo da atração.
A boa performance de Eliana, porém, não consegue sanar um problema que ronda há tempos o "Saia Justa": o desgaste do formato. O programa já não tem mais o impacto de antes e, numa era que tudo é debatido em centenas de podcasts que atraem semanalmente milhões de ouvintes, o "Saia Justa" precisa apresentar novos elementos para ser mais do que uma roda de conversa que, durante muitas temporadas, saíam do nada para lugar algum.
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