Conteúdo publicado há 2 meses
Ricky Hiraoka

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Opinião

Elenco bem escalado e tipos populares são destaques de 'Volta Por Cima'

Saem de cena os conflitos de uma família de classe média alta paulistana, entram nos holofotes os corres e os perrengues de uma galera batalhadora que não poupa esforços para melhorar de vida. Em seu capítulo de estreia, "Volta Por Cima", nova novela das sete da Globo, mostrou que não lembra em nada a antecessora no horário, "Família É Tudo". Apesar de óbvia, essa constatação precisa ser feita, já que, recentemente, vimos produções com temáticas e conflitos muito semelhantes sendo exibidas uma após a outra.

Criada por Cláudia Souto, "Volta Por Cima" deixou bem claro que possui um DNA para lá de popular e que quer dialogar com as classes C, D e E. Leve e divertida, a novela apresenta tramas típicas de folhetins dessa faixa horária, como o par romântico que vive às turras e não assume a paixão reprimida, os ricos falidos que fazem de tudo (menos trabalhar) para não perderem a pose, e a família humilde que vê a chance de mudar de vida quando a sorte bate à porta.

"Volta Por Cima" entregou o básico que esperamos de uma novela das sete, mas de uma maneira bem feita. Contribuiu para esse resultado positivo o elenco bem escalado, que conferiu veracidade aos tipos populares que permeiam a novela e que tem tudo para cair nas graças da audiência, como a mocinha Madá (Jéssica Ellen), a antagonista com ares de periguete Roxelle (Isadora Cruz), e o malandro encostado Osmar (Milhém Cortaz). Merecem destaque também as presenças de Tereza Seiblitz, que estava afastada das novelas da Globo há mais de uma década, e da sempre eficiente Claudia Missura, que se consagrou como a Janaína, de "Avenida Brasil".

Apesar de ter sido bem didático, o primeiro capítulo de "Volta Por Cima" não abriu espaço para testar a química entre Jéssica Ellen e Fabricio Boliveira, o que será crucial para que o conflito romântico estilo gata e rato entre os protagonistas funcione. Faltaram também cenas entre Jéssica Ellen e Amaury Lorenzo, que vive Chico, a terceira ponta do triângulo amoroso principal de "Volta Por Cima". O romance entre Madá e Chico foi mais falado e explicado que mostrado na prática.

"Volta Por Cima" fez uma estreia promissora e apresentou os ingredientes necessários para fisgar a atenção dos espectadores. Uma boa notícia para a Globo que, há tempos, vive uma instabilidade de audiência e prestígio no horário das sete.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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