'Tieta' nos lembra como era bom ter atores sem harmonização facial na TV
Cheia de expectativas, a reestreia de "Tieta" no Vale a Pena Ver de Novo agradou os noveleiros de plantão. O primeiro capítulo do folhetim foi exibido sem grandes edições e a Globo ainda conseguiu melhorar consideravelmente o nível da imagem da produção, que foi gravada há 35 anos com uma tecnologia bem menos moderna que a usada atualmente. Perfis no X (antigo Twitter), que divulgam audiência das emissoras abertas, publicaram que "Tieta" chegou a marcar 16 pontos em alguns momentos na Grande São Paulo.
A melhor surpresa do capítulo de estreia de "Tieta" foi ver que a Globo não cortou nem abreviou as cenas mais sensuais da novela, respeitando bastante o espírito da obra. Além da aparecer bem à vontade nas dunas de Santana do Agreste, a jovem Tieta (Claudia Ohana) apareceu em sequências com voltagem sexual ao lado dos personagens de Herson Capri e Marcos Winter.
Com um capítulo redondo, "Tieta" mostra que as novelas do passado conseguiam ser mais eficazes em apresentar a trama principal e os seus personagens do que muitas produções atuais. Em pouco mais de meia hora, o público entende perfeitamente quem é Tieta, sobre o que se trata a história e quais conflitos vão emergir daquele universo.
Além do roteiro bem estruturado e de um elenco recheado de atores talentosos, outro fato chamou a atenção no primeiro capítulo de "Tieta": a beleza natural do elenco. Foi impossível assistir à trama e não pensar no privilégio que era ver uma produção em que os artistas não tinham o mesmo rosto e o mesmo sorriso —já que naquela época ainda não havia nem harmonização facial, nem implante de lentes nos dentes.
A aparência nada artificial do elenco ajuda o público a acreditar na verdade daqueles personagens e impede que o espectador se distraia tentando adivinhar que diabos de procedimento um ator ou uma atriz fez no rosto para ficar com a expressão tão medonha que é incapaz de demonstrar uma emoção.
Esse humilde colunista espera que "Tieta" sirva de exemplo não só para a Globo repensar nas sinopses que aprova para suas novelas atuais, mas também seja um alerta para os atores interromperem o excesso de intervenções estéticas. Ninguém aguenta mais todo mundo com a mesma cara na TV.
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